Economia

Bradesco amplia crédito habitacional

Banco eleva prazo de financiamento imobiliário para 30 anos e reduz de 10% para 8,9% a taxa de juros anual aos clientes interessados na compra da casa própria. A carteira disponível soma R$ 5,5 bilhões

postado em 26/05/2009 08:28
Os futuros adquirentes da casa própria que forem procurar um financiamento no Bradesco vão encontrar condições mais vantajosas. O banco anunciou a ampliação de 25 anos para 30 anos no prazo dos financiamentos concedidos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), Além disso, o Bradesco comunicou a queda de juros. A mais significativa é para os imóveis de valor até R$ 120 mil. A taxa de juros, que era de 10% ao ano, além da TR (Taxa Referencial), caiu para 8,90% ao ano mais TR para os novos contratos. A medida vale para imóveis novos e usados. Segundo o vice-presidente do Bradesco, Norberto Barbedo, a queda da taxa de juros combinada com a ampliação do prazo viabilizará o financiamento para famílias que antes não tinham acesso ao crédito para a casa própria no sistema bancário. ;Para a faixa de financiamento de até R$ 120 mil estamos oferecendo as menores taxas do mercado;, assegurou Barbedo. Num financiamento de R$ 100 mil, por exemplo, a queda dos juros e o aumento de cinco anos no prazo fará com que a prestação caia de R$ 1.190 para R$ 1.050, quase 12% a menos. Na nova tabela do Bradesco, um financiamento de R$ 51 mil terá prestação de R$ 443 o que, de acordo com o vice-presidente da instituição, é inferior a um aluguel e acessível para as famílias com faixa de renda de até três salários mínimos (R$ 1.395). Norberto Barbedo explicou que, seguindo a linha de atuação do governo ; que incentiva a produção de imóveis para a faixa de renda de até 10 mínimos, inclusive com a redução de impostos em diversos materiais de construção ; o Bradesco também vem desenvolvendo projetos específicos para essa faixa de renda. ;O financiamento que mais vai crescer é o voltado para as famílias com renda entre três e 10 salários mínimos;, garantiu. Ele contou que são inúmeros os projetos financiados pelo banco às construtoras para essa faixa de renda. ;Tudo isso está sendo possível graças à estabilidade e à previsibilidade da economia.; O Bradesco tem R$ 5,5 bilhões para aplicar em financiamento imobiliário este ano. Desse total, cerca de R$ 1,8 bilhão é para pessoa física. Os recursos restantes serão dirigidos às construtoras e incorporadoras, no chamado plano empresário. A instituição acredita que os financiamentos para as famílias com renda de até 10 mínimos vão saltar de uma participação de 29% para 45%. BB diminui juros O Banco do Brasil anunciou, ontem, uma operação ousada, que mistura ampliação do crédito para pessoas físicas em R$ 13 bilhões com redução de taxas de juros em nove das suas mais importantes linhas de financiamento. Cerca de um terço dos clientes pessoas físicas do banco tiveram, automaticamente, seu limite de crédito elevado. São cerca de 10 milhões de pessoas que na hora de fazer qualquer operação nos caixas automáticos descobrirão que têm mais crédito para usar. Segundo o vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global da instituição, Ricardo Flores, para chegar a esse contingente de pessoas, o BB aperfeiçoou sua metodologia de concessão de crédito. Depois de fazer uma análise criteriosa de sua carteira, o BB chegou à conclusão de que precisa ser mais arrojado na captura e fidelização de clientes, se quiser chegar aos níveis de crédito para pessoas físicas dos seus principais concorrentes. Ricardo Flores disse que a decisão do BB não tem conotação política. ;Foi uma decisão autônoma, assentada em critérios técnicos;, garantiu. Mesmo assim, o próprio vice-presidente citou que embora a nova metodologia estivesse em estudo há semanas, foi finalizada após a troca da diretoria do banco. Para a escolha dos clientes que tiveram o seu limite de crédito automaticamente ampliado, o BB levou em consideração o tempo de relacionamento do cliente com o banco e a propensão para utilizar o crédito. ;Não adianta elevar o crédito para clientes que não têm apetite para o consumo, que não tomam crédito ou que não precisam do financiamento;, observou. De acordo com Ricardo Flores cerca de R$ 3 bilhões dos R$ 13 bilhões deverão ser usados pelos clientes este ano. O vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores, Aldo Mendes, disse que a meta é chegar a 2012 com R$ 100 bilhões de operações com pessoas físicas, o mesmo nível atual dos seus concorrentes. Hoje, a carteira de crédito voltado para esse segmento está em R$ 61 bilhões. Redução Ao mesmo tempo em que ampliou o crédito, o BB, que foi bastante criticado nos últimos dias por ter elevado as taxas de juros, segundo o ranking do Banco Central, anunciou a redução de juros em nove linhas de financiamento voltadas para as pessoas físicas, entre elas a do crédito consignado, material de construção, crédito para veículos e para a aquisição da linha branca. O corte nas taxas de juros vale para todos os clientes.

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