postado em 26/05/2009 15:29
O Equador aceitará a recompra de um terço de sua dívida externa, que está em "default" desde dezembro passado, por 35% de seu valor nominal depois de aspirar, em princípio, a um desconto de 70%, anunciou nesta terça-feira (26/05) a assessoria presidencial. Em fevereiro passado, o total da dívida equatoriana era de US$ 10,062 bilhões.
"Em comunicado em inglês, a ministra María Elsa Viteri (...) informou que o preço máximo a pagar pelos papéis será de US$ 350 para cada US$ 1 mil", informou o Palácio de Carondelet, sede do governo nacional em Quito.
"Os preços do pagamento dos bônus refletem os recursos da República e respondem à maioria de ofertas recebidas", comunicou por sua vez o ministério das Finanças do país.
Quito convidou os credores que apresentaram ofertas de venda superiores a 35% do valor nominal a revisá-las até 3 de junho próximo.
'Ilegítimo'
O Equador qualificou de "ilegal e ilegítimo" o passivo dos Global 2012 e 2030 alegando irregularidades em sua renegociação (em substituição aos bônus Brady).
No dia 20 de abril, em Quito, Viteri propôs aos credores afetados pela moratória vender ao Estado os papéis a US$ 0,30 por dólar investido.
Na quinta-feira passada, o ministro da área Econômica, Diego Borja, afirmou que o país continuará pagando os Global 2015 (por US$ 650 milhões).
"Os 2015 não entram na decisão" explicou, enfatizando que esses papéis haviam sido catalogados pelo governo com outra categoria.
Borja enfatizou, então, que "os 2012 e 2030 são produto de uma negociação que poderia ser fraudulenta, além de irregular e corrupta."
Papéis da dívida
Segundo a imprensa equatoriana, 90% dos possuidores de papéis da dívida se inscreveram até 15 de maio para o leilão. A partir dessa data, o governo tinha dez dias para avaliar "a participação e definir os montantes a serem pagos e a forma de resolução", disse Borja.
O ministro também afirmou que o país "possui dinheiro suficiente (...) para poder retirar a totalidade dos papeis que circulam no mercado de bônus 2012 e 2030."