postado em 26/05/2009 21:39
No mesmo dia em que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) suspendeu leilão de contratos de opção de venda de arroz para cooperativas e produtores do Sul do país, representantes da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) conseguiram que a estatal fixasse em 20 o limite para aquisição de contratos por produtor ao longo do programa, que deve negociar 900 mil toneladas do cereal este ano. Cada agricultor poderá adquirir até cinco contratos por leilão.
;Isso permite que mais produtores participem do programa;, disse Marco Aurélio Tavares, representante do Irga, após participar de reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Somente no Rio Grande do Sul, há 15 mil rizicultores. Cada contrato dá ao rizicultor a opção de vender ao governo 540 sacas de arroz, equivalentes a 27 toneladas.
De acordo com os representantes do setor, que também se reuniram com o presidente da Conab, Wagner Rossi, o próximo leilão, previsto para a semana que vem, terá, além das 132 mil toneladas suspensas hoje, mais 30 mil toneladas negociadas. O preço oferecido por saca é de R$ 30,35.
Entre as reivindicações do setor ainda não confirmadas, estão a ampliação de todos os prazos de pagamento de Empréstimo do Governo Federal (EGF), pegos em março e abril e que começariam a vencer em junho, para 180 dias e a disponibilização de recursos do programa de Aquisição do Governo Federal (AGF) para os produtores que quiserem vender a produção pelo preço mínimo no momento da colheita.
Oscilações
Para ficar menos vulneráveis às oscilações de preço no mercado interno, os rizicultores também pedem que o governo ajude a divulgar o arroz brasileiro no exterior, abrindo novos mercados. A produção estimada para esta safra, de 12,8 milhões de toneladas, está praticamente igual ao consumo interno, estimado em 12,95 milhões de toneladas. Porém, como já havia cerca de 1 milhão de toneladas de estoque, o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), representante do setor, afirma que há excedente para exportar.
;Temos capacidade para abrir novos mercados. Assim, não terá problema se vierem importações da Argentina e do Uruguai;, afirmou Heinze. Em relação à safra passada, a estimativa da Conab para a exportação no ciclo atual foi ampliada de 589 mil para 950 mil toneladas, enquanto as exportações devem diminuir de 789 mil para 500 mil toneladas. Segundo o deputado, o Brasil tem acordos comerciais que obrigam a importação de outros países do Mercosul.