postado em 27/05/2009 17:08
A Arábia Saudita defendeu nesta quarta-feira (27/5) que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não realize mais cortes em sua produção, mantendo-a em seu nível atual, à espera de que o barril volte a ser negociado na faixa dos US$ 75 com nova alta na demanda. Seguindo a expectativa, a commodity fechou o dia negociada em alta nos Estados Unidos.
O barril do petróleo cru para entrega em julho era negociado a US$ 63,45 na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), alta de 1,60% ma comparação com o preço de terça-feira.
Reunidos em Viena (Áustria), os ministros de energia dos 12 países pertencentes à Opep discutem quais medidas podem ser adotadas para elevar o preço da commodity. As cotações do petróleo estão em recuperação desde o início de 2009, após um período de volatilidade que levou os preços do recorde absoluto, em julho de 2008 (US$ 147,50 o barril), aos menores patamares da história, em US$ 32,40, em dezembro.
"Não há necessidade de reduzir a produção", afirmou o ministro de Petróleo saudita, Ali al Naimi, durante o encontro. "A Opep deveria manter o rumo [de produção atual]". Segundo ele, a retomada da demanda na Ásia podem ajudar a puxar os preços.
As declarações do ministro saudita, cujo país responde por cerca de 30% da produção de toda a organização, apontam para a manutenção dos atuais níveis de produção (de 24,84 milhões de barris ao dia, sem contar o Iraque). Em março, Naimi defendia que o petróleo ficasse no patamar entre US$ 60 e US$ 75.
No começo de maio, o cartel reduzira sua previsão de demanda de petróleo para 2009 em 1,8%, projetando um consumo de 84,03 milhões de barris por dia (mbd) neste ano, contra 85,59 mbd em 2008. Não há ainda novas expectativas de retomada da demanda, mas os EUA já dão sinais de melhora na economia --o que se traduz em mais consumo de petróleo.
Índice de confiança
Ontem, por exemplo, o preço do petróleo teve ganhos no mercado americano, puxado pela forte alta registrada no índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos. O indicador atingiu seu maior patamar em oito meses em maio, segundo pesquisa do instituto privado Conference Board.
Os estoques do produto no país também registraram queda na semana passada, apontando para a retomada na atividade econômica. Os estoques continuaram altos, em torno dos 368,5 milhões de barris, mas ficaram recuaram em 2,1 milhões de barris menores que na semana anterior.
Os próprios sauditas dizem que conseguem sobreviver com o petróleo negociado a US$ 50 o barril, embora a Opep defenda algo entre US$ 75 e US$ 80. A justificativa é que, com preços maiores, é possível "realizar mais investimentos".