Economia

Comércio e indústria pedem queda mais rápida da Selic

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postado em 27/05/2009 21:05
O comércio está sofrendo menos os efeitos da crise internacional do que a indústria. A perspectiva para 2009 é de um crescimento no comércio, entre 3% e 4%, e uma previsão de recuo, de 4%, na atividade industrial. Os dois setores concordam, no entanto, ser fundamental que o Banco Central acelere a diminuição na taxa básica de juros (Selic). A proposta foi defendida nesta quarta-feira (27/5) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em audiência pública na comissão especial da Câmara dos Deputados destinada ao exame e a avaliação da crise econômica e financeira e sua repercussão no sistema financeiro e de mercado. ;A Selic pode cair mais rapidamente, para 9% na próxima reunião e, até o final do ano, para 8,5%, porque a inflação está sob controle e as taxas de juros caíram muito lá fora. O Brasil foi o país que menos cortou a taxa de juros;, afirmou o chefe do Departamento Econômico da CNC e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas. Na avaliação do economista, o consumo ainda resiste à crise porque depende do mercado doméstico e não das exportações, e houve uma recuperação do crédito às pessoas físicas. Para o ex-diretor do BC, apesar do excesso excesso de liquidez, ainda existe muita restrição dos bancos para empréstimos a pequenas e médias empresas Carlos Thadeu defendeu uma atuação mais forte do Banco Central, condicionando as liberações de compulsórios a empréstimos para pequenas e médias empresas. ;Os bancos preferem comprar títulos públicos, que rendem bem e têm garantia, do que emprestar para empresas pelo medo de não receber. Seria importante que o excesso de liquidez fosse para o crédito;, disse. Inadimplência e escassez de crédito Para controlar o crescimento da inadimplência ; 21,3% das pessoas físicas e 44,7% das pessoas jurídicas entre março de 2008 e março deste ano - o economista propõe uma maior regulação, pelo BC, das atividades bancárias, em especial das taxas de juros. ;Acho que deveria se tentar monitorar as taxas, como os Estados Unidos estão fazendo com os cartões de crédito. Não precisa controlar a taxa, mas há alternativas como avisar com antecedência qualquer aumento. Os bancos têm uma liberdade excessiva;, afirmou. André Marques Rebelo, do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, também manifestou preocupação quanto à escassez e ao encarecimento do crédito para o setor produtivo. Sugeriu uma queda da Selic para 7%. Ele também propôs a redução do compulsório à vista, com vinculação ao aumento do crédito, e o aumento dos investimentos públicos, com redução de gastos de custeio. Apesar da perspectiva de queda na atividade industrial, Rebelo acredita que o momento mais agudo da crise ficou para trás. ;Agora é possível que tenha uma retomada, mas muito lenta porque os fatores que são capazes de trazer um crescimento da produção estão tímidos, seja o crescimento do crédito, o crescimento do consumo das famílias, o crescimento dos investimentos. Além disso, as exportações estão caindo muito fortemente;, disse.

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