postado em 28/05/2009 09:24
O Reino Unido enfrenta a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial e pode precisar de mais dois anos para superar a crise. A previsão é da FSA (Autoridade de Serviços Financeiros, na sigla em inglês), órgão regulador do governo para o mercado financeiro.
Em comunicado, a entidade informou que o PIB (Produto Interno Bruto) britânico pode chegar nos próximos trimestres a uma queda recorde de 6%, enquanto a taxa de desemprego pode alcançar 12% da população ativa.
Segundo os dados oficiais, a economia britânica contraiu 1,9% no primeiro trimestre de 2009, a maior queda desde 1979, enquanto o desemprego ficou acima de 7% em março, com mais de 2,21 milhões de desempregados.
O cenário previsto pela FSA vislumbra também uma queda máxima no preço dos imóveis residenciais em torno dos 50%, apontando para reflexos duradouros da crise que começou no setor de casas e de hipotecas dos EUA.
A FSA diz que o cenário negativo mostra que o fim da crise só será visto em 2011 e que a volta ao caminho normal de crescimento se consolidará a partir de 2012. "[Esses cenários] não são previsões exatas do que vai acontecer, mas são pensados justamente para ser muito exigentes", informou a entidade.
Bancos
O órgão fez essas previsões em um documento no qual também se refere à capacidade do sistema bancário britânico de resistir à crise mediante o "teste de resistência" feito com as entidades.
Os testes aplicados às entidades financeiras britânicas avaliam seu potencial para gerar receita em um ambiente desfavorável, assim como sua faculdade para enfrentar os pagamentos e o valor de sua carteira de ativos em um mercado imobiliário e da bolsa em baixa.
Este método foi utilizado para determinar a solvência do Lloyds Banking Group e do Royal Bank of Scotland, dois bancos que colocaram sob amparo do Tesouro seus papéis "podres", dentro do programa para a proteção de ativos iniciado no começo do ano.