postado em 28/05/2009 16:34
O mercado de câmbio doméstico teve um dia bastante volátil: pela manhã, os preços da moeda americana chegaram a subir quase 1%. Essa volatilidade não evitou que, pelo quinto dia, as cotações encerrassem o dia com perdas. A taxa cambial recuou para R$ 2,009, queda de 0,29%, em seu menor nível desde 1° de outubro de 2008. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,120, em baixa de 0,93%.
É opinião corrente entre profissionais de mercado que o fluxo de investimentos estrangeiros foi o principal fator que derrubou as cotações ao longo das últimas semanas. E lembram que, somente na Bolsa de Valores, a injeção de dólares mais que quadruplicou em maio na comparação com fevereiro --o primeiro mês deste ano em que as compras de ações superaram as vendas.
Analistas ainda acreditam que se nos próximos dias a taxa de câmbio se estabeleça abaixo de R$ 2,00, como já ocorreu por alguns minutos na jornada de ontem. Glauber Romano, da mesa de operações da corretora Intercam, acredita que o Banco Central não vai deixar "tão facilmente" a moeda americana rodar nesse preço.
"Acho que o BC vai lutar bastante. Se de um lado é bom para o país, já que ele está fazendo caixa quando compra esses dólares diariamente, por outro lado, é ruim para a balança comercial (o dólar barato). De qualquer forma, acho que vai ser importante monitorarmos os próximos vencimentos de swaps cambiais, para ver o que ele vai fazer", comenta.
Nos meses anteriores, o governo promoveu leilões de contratos de "swap" cambial reverso, instrumentos financeiros que usualmente pressionam a cotação da moeda. No vencimento desses contratos, a autoridade monetária pode optar por renovar esses contratos, trocando por novos com prazo estendido, em vez de liquidar esses títulos. Em ocasiões passadas, a incerteza sobre o que a ação do BC contribuiu para segurar as taxas.
Juros futuros
O mercado futuro de juros da BM voltou a rebaixar as taxas projetadas nos contratos de maior prazo. O resultado do IGP-M de maio surpreendeu os economistas do setor financeiro: uma deflação de 0,07%, quando muitos esperavam uma variação de 0,10% ou pouco menos.
No ano, o índice acumula queda de 1,14% e, nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 3,64%. No contrato que projeta as taxas para janeiro do ano que vem, a taxa prevista cedeu de 9,27% ao ano para 9,24%; e no contrato que vence em janeiro de 2011, a taxa projetada caiu de 9,85% para 9,82%.