postado em 29/05/2009 16:30
A Usiminas, fabricante de aço, anunciou nesta sexta-feira que a demissão de funcionários prevista para ocorrer em Cubatão (SP) foi suspensa até a próxima terça-feira, 5 de junho. A decisão foi tomada após audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
A empresa divulgou na última terça-feira (26) a demissão de 810 funcionários das unidades de Cubatão (SP), Ipatinga (MG) e na sede em Belo Horizonte até o fim de maio. A suspensão dos cortes diz respeito, no entanto, somente aos trabalhadores de Cubatão. A audiência de ontem foi solicitada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista para pleitear a reintegração dos empregados entre 23 e 28 de maio.
"A Usiminas reitera sua disposição para o diálogo e seu compromisso com a minimização do impacto social do ajuste de suas operações. Por isso, também estuda a viabilidade de outras medidas, como a redução de jornada e de salários, sempre levando em conta a preservação da sustentabilidade de seus negócios no atual cenário de drástica redução da demanda de aço nos mercados brasileiro e internacional", informou a Usiminas em nota.
A demissão de 810 funcionárias foi tomada após a abertura do programa de demissão voluntária pela empresa, que não atingiu a meta desejada. O PDV da Usiminas recebeu apenas 516 adesões --assim, com as demissões, serão mais de 1.300 desligamentos. "Os novos desligamentos, que serão realizados até o dia 30 de maio, representam 6% do quadro de empregados atual. Tal medida visa reduzir os custos com pessoal ao nível histórico de 10% dos custos totais, preservando a sustentabilidade da empresa em um cenário de alta complexidade", informou a empresa na última terça-feira.
Atualmente, a Usiminas opera com apenas metade de sua capacidade instalada e com somente dois de seus cinco altos-fornos acesos. Segundo informou a empresa, a produção mundial de aço diminuiu 22,7% entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o primeiro quadrimestre de 2008, conforme dados da World Steel Association.
"No mesmo período, as vendas de aço no Brasil registraram queda de 42,5%, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Siderurgia", afirmou. Para a Usiminas, as perspectivas para o restante do ano "apontam para uma recuperação do setor siderúrgico ainda incipiente e bem mais lenta do que o originalmente previsto".