postado em 29/05/2009 18:30
O governo alemão informou na noite desta sexta-feira que aceitou examinar a oferta da fabricante canadense de autopeças Magna para aquisição da Opel, subsidiária da GM (General Motors) na Alemanha. O negócio foi preliminarmente acertado entre a GM e a Magna pela manhã, mas como terá participação do governo de Angela Merkel, ainda precisa ser avalizado politicamente.
Na proposta feita para compra da Opel, a Magna conta com ajuda do banco estatal russo Sberbank e ao construtor russo GAZ. Segundo as fontes ouvidas pelas agências de notÃcias Reuters e France Presse, houve "progressos" nas negociações.
Durante o dia, Magna e GM conseguiram um acordo preliminar apresentado a especialistas do governo de Berlim, entre eles ministros e técnicos. A reunião contou ainda com um grupo de representantes da GM na Europa e nos EUA.
Antes de começar a segunda reunião do dia, o ministro da Economia alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, disse apenas que existia a proposta da Magna, mas acrescentou que não havia sido tomada uma decisão e que a reunião na chancelaria podia terminar sem acordo, como ocorreu com a realizada na quarta-feira.
A venda da Opel, cujas operações são cobiçadas também pela montadora italiana Fiat, é um dos últimos passos da empresa americana em busca de sua reestruturação. A GM tem até a próxima segunda-feira (1°) para enviar seu projeto de reforma ao governo dos Estados Unidos em troca de mais empréstimos, a fim de evitar a concordata --a montadora americana já convocou entrevista coletiva para tratar do assunto na segunda-feira.
Os dois lados buscam um acordo para proteger a Opel de cobranças caso a GM peça proteção ao "["CapÃtulo 11" da Lei de Falências americana]":http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u445200.shtml --o equivalente à concordata (ou recuperação judicial, no Brasil). A proposta inicial de compra da Opel feita à GM, que também inclui a marca britânica Vauxhall, deixaria a Magna com 20% do grupo alemão, sendo que 35% ficaria com o Sberbank, banco estatal russo, e 10% com os funcionários da Opel. O negócio é estimado em 1,5 bilhão de euros (cerca de US$ 2,10 bilhões).
Falta de acordo
Reportagem do jornal "The Wall Street Journal" informa que o futuro da Opel e de seus 25 mil funcionários se tornou prioridade do governo alemão, que espera apoiar a venda da fabricante financiando parte do negócio.
Nesta semana, o ministro da Economia alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, responsabilizou os EUA pela falta de acordo com os interessados até o momento.
Segundo ele, "os EUA apresentaram surpreendentemente novos números, que obrigariam o Estado alemão a cobrir em 300 milhões de euros a mais o valor de 1,5 bilhão que estava previsto". "Não temos as garantias suficientes para o financiamento de um perÃodo de transição", disse.
A italiana Fiat reiterou nesta sexta-feira o interesse na compra da Opel, embora tenha anunciado que não participaria das reuniões com o governo alemão. Para o grupo italiano, que fechou parceria com a Chrysler após seu pedido de concordata, não é razoável a Alemanha impor mais requisitos e aumentar o preço pela negociação.
"Já oferecemos aportar nossas atividades automobilÃsticas à fusão em uma base livre de dÃvidas e, portanto, proporcionar ativos substanciais e absolutamente necessários à fusão", afirmou o executivo-chefe da montadora italiana, Sergio Marchionne.