Economia

Bolsa de NY mira retomada da economia e sobe apesar de GM

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postado em 01/06/2009 18:17
A Bolsa de Nova York fechou em alta de 2,6% no seu indicador mais importante, o DJIA (Dow Jones Industrial Average), impulsionado por dados positivos relativos à economia dos Estados Unidos e apesar da declaração da maior concordata na história da indústria americana, pela GM (General Motors). O Dow Jones subiu 2,60%, para 8.721,44 pontos, enquanto o seletivo S 500 teve alta de 2,58%, para 942,87 - o nível mais alto em sete meses. Já índice da bolsa tecnológica Nasdaq ganhou 3,06%, aos 1.828,68 pontos. A busca por proteção da GM ao "Capítulo 11" da Lei de Falências americana --o equivalente à concordata (ou recuperação judicial, no Brasil) minimizou as incertezas sobre o futuro da companhia. A GM pediu hoje proteção judicial para fazer frente a sua situação financeira, após não conseguir definir com seus credores uma reestruturação da dívida. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que o plano de reestruturação da GM (General Motors) é "viável e realista" e dará à companhia a "oportunidade de renascer", ao mesmo tempo que manifestou otimismo sobre o futuro da Chrysler. No total, a administração federal irá injetar na companhia US$ 50 bilhões, sendo que US$ 20 bilhões já foram liberados, e irá controlar 60% do capital da empresa. Já o governo canadense concederá um empréstimo de US$ 9,5 bilhões em troca de 12,5% de participação acionária. O sindicato UAW (United Auto Workers) terá 17,5% dos títulos. Por sua vez, o presidente da GM, Fritz Henderson, disse que a montadora deixará a concordata em "60 ou 90 dias". Em coletiva de imprensa, afirmou ainda que a quebra não "terá nenhum impacto" na Europa, América do Sul ou Ásia e que seguirão operando "sem interrupções". Henderson destacou ser "um momento de definição na história" da companhia e que, graças aos acordos alcançados com os governos de EUA, Canadá, o sindicato United Auto Workers (UAW) e "a maioria dos credores", a nova companhia será menor e dirigida ao cliente. A GM deixará de cotar na terça-feira na Bolsa de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) e abandonará após 83 anos o índice Dow Jones Industrial, do qual o Citigroup também sairá, para ser substituída em 8 de junho pela Cisco Systems. Hoje, os papéis encerram a US$ 0,75, mas chegaram a atingir US$ 0,51 na abertura do pregão em NY. Retomada Também nos EUA, o Departamento de Comércio divulgou que o consumo das famílias retraiu em abril, enquanto que a renda aumentou e a taxa de poupança saltou para o pico mais alto em 14 anos. Os gastos caíram 0,1% em relação ao mês anterior (em março, os gastos tinham recuado 0,3%). A retração foi menor que a esperada pelos economistas (-0,2%). Por sua vez, a renda das famílias cresceu 1,1% em abril, a maior alta desde maio de 2008. Já a taxa de poupança teve um salto de 5,7%, atingindo o patamar mais elevado desde fevereiro de 1995 (em março, foi de 4,5%). O departamento também divulgou nesta segunda-feira que o nível de gastos em construção civil nos EUA cresceu 0,8% em abril, puxado principalmente pelas despesas maiores em melhorias dos imóveis. Trata-se do maior incremento desse indicador desde agosto do ano passado e um número melhor que o esperado por analistas, que em sua maioria projetavam declínio de 1,2%. Segundo o órgão, o montante de gastos realizados no setor privado residencial aumentou 0,8%, com despesas 8,9% maiores em melhorias e reformas. Já no setor privado não-residencial o nível de gastos avançou 1,8%, puxado por obras no setor elétrico e de comunicações. China O resultado sobre a atividade manufatureira da China, que continuou a crescer em maio puxada pela alta nas exportações, também ajudou o desempenho dos mercados de capitais. Dados do governo chinês mostram que o PMI (Índice de Atividade de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) fechou maio em 53,1 pontos, no terceiro mês consecutivo acima dos 50 pontos - patamar que separa a contração (abaixo dos 50 pontos) da expansão. Em abril, o dado já havia ficado em 53,5 pontos. Segundo analistas, as leituras mostram que a economia chinesa começa a se estabilizar, o que seria sinal de que as medidas do governo para estimular a atividade começam a surtir efeito.

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