Economia

Bovespa fecha em queda de 3,54%, aos 52.086 pontos

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postado em 03/06/2009 17:41
São Paulo,SP (FolhaNews) - As ordens de venda predominaram no mercado de ações brasileiro nesta quarta-feira, dia que os investidores dedicaram para vender os papéis que ficaram mais caros nas últimas semanas. O sentimento de cautela também ganhou reforço hoje, com novos números mostrando destruição maciça de empregos nos EUA e uma queda histórica do PIB na Europa. No front interno, o Banco Central revelou um forte ingresso de dólares. No mercado de câmbio, a taxa bateu R$ 1,96, após oito dias de baixa. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 3,54% no fechamento, descendo para os 52.086 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,48 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,75%. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,964 em um avanço de 2,07%. A taxa de risco-país marca 292 pontos, número 3,91% acima da pontuação anterior. "Hoje o mercado teve um realização natural, que era até um pouco esperada, como se pode ver pela Bolsa, que está despencando 4%. Não acredito que vá subir novamente amanhã. O juro ainda no Brasil ainda está muito alto, o fluxo de capital estrangeiro está muito alto", avaliou Paulo Prestes, da mesa de operações da corretora gaúcha Exim. O Banco Central confirmou que o país teve um forte ingresso de recursos externos no mês passado, período em que a taxa de câmbio desabou quase 10%. O chamado fluxo cambial mostrou que as entradas de dólares superaram as saídas em US$ 3,13 bilhões. Profissionais de mercado já esperam uma temporada de realização de lucros (venda de ações valorizadas) na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) nos próximos dias. Embora haja reservas quanto ao "entusiasmo recente" visto nos meses de abril e maio, a percepção dominante ainda é mais positiva na comparação com último trimestre de 2008 e o primeiro de 2009. Para a área de análise econômica da corretora Geração Futuro, o país pode se recuperar da crise global mais rápido que as economias centrais. Citando a queda recente dos juros, o crescimento do consumo no varejo e das vendas para a China, entre os fatores, a equipe de analistas da corretora considera que "todo este cenário aponta para uma situação de retomada do crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro a partir do segundo trimestre deste ano, com maiores avanços já em 2010, uma situação mais favorável que a dos Estados Unidos e dos países da Europa". PIB europeu, emprego nos EUA Entre as principais notícias do dia, o Eurostat (órgão estatístico da União Europeia) revelou que o PIB (Produto Interno Bruto) total da zona do euro --grupo de 16 países que usa o euro como moeda única- teve uma retração histórica : uma queda de 2,5% no primeiro trimestre de 2009 ante o quarto trimestre do ano passado, a maior desde 1999 (início da série histórica). Nos EUA, a consultoria privada ADP apontou que foram perdidos 532 mil postos de trabalho no setor privado em maio. A projeção da ADP ganha importância porque é vista como um adiantamento do evento mais importante da agenda econômica desta semana: o boletim do Departamento de Trabalho dos EUA sobre desemprego e abertura de vagas, na sexta-feira. Outra entidade privada, o ISM (Instituto de Gestão de Fornecimento, na sigla em inglês), revelou uma melhora do nível de atividade do setor de serviços entre abril e maio. A pesquisa dessa entidade, no entanto, indica que essa área da economia ainda está em contração. O Departamento de Comércio dos EUA informou um crescimento de 0,7% no volume de encomendas às indústrias em abril, abaixo do esperado por economistas do setor financeiro. O presidente do Federal Reserve (o Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, mostrou preocupação com o tamanho do déficit público americano e pediu empenho da Casa Branca para resolver o problema fiscal. Segundo ele, a falta de equilíbrio das contas públicas pode afetar a confiança dos mercados.

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