Economia

Produção industrial de SP e MG puxam recuperação do setor

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postado em 04/06/2009 11:10
Estados que sentiram mais rapidamente os efeitos da crise na indústria, São Paulo e Minas Gerais vêm tendo uma recuperação mais rápida ao longo deste ano, segundo dados da Pesquisa Industrial Regional, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A indústria paulista acumula ganho de 5,5% de janeiro a abril, exercendo o principal impacto no resultado total do país. Já a produção industrial de Minas Gerais tem alta acumulada de 10,9% no mesmo período. Na média, a indústria brasileira tem ganho de 6,2%. "Há um claro destaque para São Paulo, que vem tendo um movimento de recuperação em linha com a média de todo o Brasil. Aliado ao fato de responder pela maior parte da produção nacional, tem o impacto mais significativo", afirmou o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. No fim do ano passado, no entanto, tais regiões acumularam fortes perdas, que ainda não foram compensadas. Somente no último trimestre, a produção industrial paulista caiu 18,9%. Em Minas, a retração começou antes, em julho. Daquele mês até dezembro, as perdas acumuladas foram de 31,5%. São Paulo e Minas Gerais têm boa parte da produção industrial atrelada à indústria automobilística, que reduziu bruscamente o ritmo no período imediatamente posterior à crise. Ao longo deste ano, porém, já é identificada uma leve recuperação deste segmento da indústria. A produção de São Paulo foi afetada também pela menor produção de eletroeletrônicos, enquanto Minas Gerais teve o desempenho abalado ainda pela indústria mineradora. "Os Estados com setores que caíram de forma mais brusca no início da crise vêm se recuperando primeiro. Deve-se levar em conta também que eles estão com uma base mais fraca", observou Macedo. Na comparação com os dados de 2008, a queda da produção industrial atingiu os Estados de forma generalizada, destacou Macedo. Pela primeira vez, todos as regiões apresentaram dados negativos. Os que menos sentiram os efeitos da crise são os ligados às indústrias que vinham tendo um forte desempenho antes de setembro, como os setores extrativo e de alimentos. É o caso de Goiás, cuja indústria acumula perdas de 0,8% desde setembro. No conjunto dos últimos 12 meses, a produção industrial goiana ainda mantém alta de 2,9%. Neste dado acumulado, apenas Pará (1,2%) e Paraná (4,8%) ainda mantém taxas positivas.

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