postado em 08/06/2009 16:28
O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou nesta segunda-feira que a zona do euro precisa de uma estratégia para melhorar seu sistema financeiro, o qual ainda sofrerá "perdas consideráveis" em decorrência da recessão.
Apesar dos problemas que persistem nos bancos europeus, o organismo disse que "a redução da atividade (econômica) deve se moderar durante o restante de 2009 e dar lugar a uma recuperação modesta na primeira metade de 2010." Esse crescimento será "lento", devido ao aumento do desemprego e à valorização do euro, entre outros fatores, segundo a entidade.
O organismo apresentou essas conclusões na reunião dos ministros de Finanças da zona do euro em Luxemburgo, após se consultar com as autoridades europeias dentro da revisão periódica de sua economia.
No terreno fiscal, os analistas do FMI consideram que a Europa deve dar continuidade em 2010 às medidas de estímulo anunciadas até agora e apenas aprovar novas ações em caso de emergência.
Isso reflete a mudança de tom na instituição, que, no último ano, tinha pressionado os países desenvolvidos a gastar mais para amortecer o golpe da recessão, mas que agora voltou à sua posição original, com alertas sobre o perigo decorrente dos altos déficits orçamentários.
Na declaração de hoje, o FMI reiterou o conselho de que a zona do euro realize reformas estruturais, como a melhora da educação e a liberalização dos serviços, para sair da crise com bases mais sólidas.
No entanto, manteve o olhar principalmente no plano mais imediato e o que notou foi um grande rombo na política da zona do euro em relação ao setor financeiro.
"Um elemento-chave que falta é uma estratégia ativa para lidar com um sistema financeiro enfraquecido, que inclua uma revisão das necessidades de capital para suportar a recessão, a limpeza do sistema financeiro dos ativos de má qualidade e a reestruturação das instituições debilitadas", afirmou o FMI.
A União Europeia já prepara uma prova similar à realizada pelos Estados Unidos para avaliar a resistência dos principais bancos do bloco, cujos resultados devem ficar prontos antes de setembro.
O Fundo previu que as instituições financeiras sofrerão perdas "consideráveis" adicionais pela recessão e que o volume de créditos está limitado nos mercados. "Uma limpeza resolvida e coordenada do sistema bancário é agora chave para restabelecer a confiança no sistema financeiro", destacou a entidade.
O FMI também alertou para que, embora pequeno, existe o risco da deflação, que é muito prejudicial para a economia e que poderia surgir caso a crise se agrave.