postado em 08/06/2009 16:52
Compras de última hora ajudaram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) a dar uma "virada" e concluir a jornada de hoje em terreno positivo, mas numa sessão de poucos negócios. Os investidores aguardam, entre amanhã e quarta, os eventos mais importantes de uma semana curta, porém intensa: o PIB e o Copom, no Brasil, e o "Livro Bege", nos EUA. Em um ambiente mais cauteloso, a taxa de câmbio atingiu R$ 1,96.
O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, subiu 0,54% no fechamento, encerrando o dia aos 53.630 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,83 bilhões, bem abaixo da média do mês (R$ 5,69 bilhões/dia). Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em leve alta de 0,02%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,966, o que representa um avanço de 0,40% sobre a cotação de sexta-feira. A taxa de risco-país marca 263 pontos, número 2,59% abaixo da pontuação anterior.
O mercado brasileiro operou à espera da reunião do Comitê de Política Monetária, que anuncia na quarta-feira a nova taxa básica de juros do país, hoje em 10,25% ao ano. A corrente majoritária do mercado acredita em um ajuste para 9,50%, mas surpresas na divulgação do PIB, amanhã, e no IPCA, na manhã de quarta, podem rearranjar apostas.
Embora economistas do setor financeiro estejam um pouco otimistas em relação aos meses anteriores, há alguma cautela sobre o ritmo de retomada da economia global. "O otimismo em relação à dinâmica de recuperação não anula o fator de que a situação corrente ainda se caracteriza por crescimento moderado e excesso de ociosidade na indústria e no mercado de trabalho", comenta Maurício Molan, em relatório do banco Santander, salientando a "ausência de riscos" para a inflação no curto prazo.
O Santander manteve sua projeção divulgada no mês passado, de que a taxa Selic deve cair para 9,50% nesta semana, sendo ajustada para 9% em julho, "quando ficar mais claro e garantido que a recuperação está a caminho".
Entre as principais notícias do dia, o boletim Focus, do Banco Central, revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro projeta que a taxa Selic atinja 9,50% ao ano na reunião desta semana do Copom (Comitê de Política Monetária). A taxa atual é de 10,25%. A previsão para a taxa básica em dezembro foi mantida em 9%. Uma corrente minoritária dos economistas aposta em um corte mais agressivo, o que traria a Selic para 9,25%.
Uma parcela mais "radical" também aposta em juro primário ainda menor para o final de ano, na na casa dos 8,75%. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o nível de emprego na indústria caiu 0,7% em abril, na comparação com março. Trata-se do sétimo recuo consecutivo desse indicador. A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 1,208 bilhão na primeira semana de junho, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Trata-se o melhor resultado semanal desde a segunda semana de setembro de 2008, quando o saldo foi de US$ 1,257 bilhão.
Compra do Ponto Frio
O Grupo Pão de Açúcar anunciou nesta segunda-feira a compra da rede Ponto Frio por R$ 824,5 milhões (R$ 9,4813 por ação). Com esta aquisição, o Pão de Açúcar reassume a liderança do varejo brasileiro, que havia perdido para o Carrefour. A ação preferencial da companhia teve queda de 1,96% no pregão de hoje.
Sem detalhar números, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou nesta segunda-feira que o resultado do PIB no primeiro trimestre deste ano será negativo. Para o ano, estimou um crescimento de 1%, e para 2010, de 4%. Economistas do setor financeiro estimam uma retração em torno de 2,8% (taxa anualizada) do PIB no primeiro trimestre, que será divulgado amanhã pelo IBGE.