Economia

Político russo veta uso da expressão "crise financeira"

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postado em 09/06/2009 11:15
O governador da região de Noginsk (50 km ao leste de Moscou), Vladimir Laptev, proibiu seus funcionários de usar a expressão "crise financeira", sob a ameaça de demissão, informou o jornal "Kommersant". Laptev assinou um decreto que veta aos funcionários da cidade o uso da expressão nos discursos públicos. "Aqui criamos todas as condições para um trabalho normal. No entanto, há aqueles que demitem seus funcionários e reduzem o ritmo", declarou Laptev ao Kommersant. "Sob o rótulo de crise financiera, há aqueles que se negam a cumprir com suas obrigações". "A crise está na cabeça das pessoas, não na economia", concluiu Laptev. Na semana passada, em entrevista publicada pelo jornal econômico "Vedomosti", a ministra de Desenvolvimento Econômico da Rússia, Elvira Nabiúlina, afirmou que a recuperação da economia do país começará "não antes do fim deste ano ou o começo do próximo". "Atualmente as estatísticas não são positivas: no primeiro trimestre a queda (do Produto Interno Bruto) foi de 9,5%, e entre janeiro e abril de 9,8 %", admitiu. O Ministério de Desenvolvimento Econômico, que inicialmente tinha calculado para este ano uma queda do PIB de 2%, corrigiu suas previsões e previu que em 2009 a economia caíra entre 6% e 8%. A economia da Rússia, muito dependente das exportações de combustíveis, se contraiu 10,5% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou o vice-ministro da Economia russo, Andrei Klepach, citado por agências de notícias do país. Segundo Klepach, o Ministério da Economia ainda prevê que em 2009 o PIB da Rússia sofrerá uma contração de 6% a 8%. Entre outros dados sombrios, o ministro informou que o superávit comercial da Rússia em abril foi a metade do obtido em abril de 2008, caindo de US$ 14,8 bilhões para US$ 7,5 bilhões.

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