postado em 09/06/2009 12:27
Nem o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) melhor do que o esperado anima os investidores nesta terça-feira (9/6), véspera do anúncio da nova taxa básica de juros do país. As ações brasileiras são negociadas com perdas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). E em um dia de agenda esvaziada, a Bolsa de Nova York também opera em terreno negativo. A taxa de câmbio recua para R$ 1,94.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocede 1,07%, aos 533.054 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,51 bilhão. Nos EUA, a Bolsa de Nova York retrai 0,29%.
O dólar comercial é negociado por R$ 1,947, em um decréscimo de 0,96% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 267 pontos, número 1,52% acima da pontuação anterior.
A Bolsa mostrou uma reação positiva dos investidores aos números divulgados do PIB, relativos ao primeiro trimestre. Apesar de confirmarem o fato do país ter caído em uma "recessão técnica", o desastre foi menor do que o projetado por muitos economistas: a retração foi de 1,8% na comparação com trimestre inicial de 2008, quando muitos contavam com uma queda em torno de 3%.
Participantes do mercado também viram com bons olhos os números iniciais da inflação em junho, tal como medida pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas): o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) teve variação de 0,23% na abertura do mês, no município de São Paulo, quando o consenso apontava uma alta de 0,30%.
Para muitos analistas, é justamente a combinação de uma inflação sob controle e de uma economia em marcha lenta que vai permitir um novo corte dos juros primários do país. O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia amanhã, após o encerramento dos negócios, a próxima taxa Selic, hoje em 10,25% ao ano. As apostas se dividem entre 9,50% (corrente majoritária) e 9,25%.
No front externo, entre as principais notícias do dia, o Departamento do Tesouro dos EUA aprovou os planos de dez dos maiores bancos dos Estados Unidos a devolverem US$ 68 bilhões das ajudas recebidas do governo para evitar que fechassem, devido à crise causada pela quebra do Lehman Brothers em setembro de 2008. O setor financeiro estava justamente no epicentro da crise dos EUA, que logo contaminou a "economia real" (setor produtivo e consumo) e ganhou dimensão global. No primeiro trimestre, notícias dando conta de que grandes bancos estavam prontos para devolver a ajuda federal deram novo gás para a "virada" dos mercados vista a partir de abril e maio.