postado em 09/06/2009 12:32
A retração do PIB (Produto Interno Bruto) nos dois últimos trimestres fez a economia brasileira retornar ao nível observado no segundo trimestre de 2007, disse nesta terça-feira (9/6) a gerente de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Rebeca Palis.
Para ela, o resultado do PIB no primeiro trimestre foi ainda pior do que o observado nos três meses imediatamente anteriores. "Se olhar a taxa trimestral do PIB contra o mesmo trimestre do ano anterior, realmente nota-se uma queda que não ocorria há muito tempo, desde o quarto trimestre de 2001. E se olharmos o nível de produção, retrocedemos ao mesmo nível do segundo trimestre de 2007", afirmou.
A economia brasileira teve retração de 1,8% no primeiro trimestre de 2009 ante igual período do ano passado, e de 0,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. No quarto trimestre, o PIB havia caído 3,6% frente ao terceiro trimestre de 2008. As duas quedas consecutivas indicam um quadro de recessão técnica, a primeira desde 2003. O coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, evitou classificar que o país está em recessão, alegando que não há uma definição estatística oficial para que se faça tal definição.
"Recessão é um conceito teórico que envolve a redução da atividade econômica com va"rios fatores como a renda, emprego, comércio e o próprio PIB. A gente acha que todas essas variáveis têm que ser analisadas num período de tempo mais longo. Mas vários economistas usam no mundo todo, embora não seja um conceito firmado", observou.
A queda do PIB brasileiro no primeiro trimestre ficou abaixo do esperado por analistas. Mas comparado a outros países em desenvolvimento que já divulgaram o desempenho de suas economias no primeiro trimestre, o Brasil ficou atrás. O PIB chinês cresceu 6,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2008. Já a economia indiana teve incremento de 5,8% na mesma base de comparação.
Ainda nesta relação, o PIB brasileiro caiu menos do que os de economias desenvolvidas, como Japão (-9,1%), estados Unidos (-2,5%) e Reino Unido (-2,4%).