postado em 09/06/2009 12:50
A população brasileira está mais otimista em relação à crise econômica internacional, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira. O percentual de brasileiros que consideram a crise "grave" ou "muito grave" caiu de 83% em março, edição anterior da pesquisa, para 78% em junho.
A pesquisa mostra que a maioria dos entrevistados (53%) avalia que a economia brasileira será pouco prejudicada com a crise, contra 30% que acreditam em prejuízos aos cofres brasileiros. Outros 11% acreditam que a economia não será afetada e 6% não responderam.
Também subiu de 39% para 48% o número de brasileiros que acreditam que o país está mais preparado para enfrentar a crise econômica, contra apenas 7% que não apostam que o país esteja preparado para combater a crise.
A pesquisa mostra que os brasileiros também reduziram a percepção da crise no seu dia a dia. O índice caiu de 37% em março para 34% em junho. Também subiu o número de pessoas que acreditam que o Brasil está mais preparado para sair da crise: de 39% em março para 48% em junho. O pessimismo da população se reflete no que diz respeito ao fim da crise econômica internacional. Segundo a pesquisa, 23% dos eleitores acreditam que ela vai terminar em 2009. O índice era superior em março, quando chegou a 32% dos entrevistados.
"A população brasileira não está dizendo que a crise inexiste, que estamos passando ao largo da crise. Mas ela está olhando um pouco mais otimista em relação às consequência dessa crise", disse o diretor de relações institucionais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Marco Antonio Guarita.
Medidas
A pesquisa mostra que, entre os brasileiros, a maior preocupação com a crise está relacionada ao aumento do preço dos produtos no mercado de consumo. Em segundo lugar aparecem as dificuldades para o pagamento de dívidas já contraídas, seguido pela perda do emprego e o aumento na taxa de juros para a compra de eletrodomésticos ou automóveis.
Os números apontam, porém, que 53% dos brasileiros não alteraram nem pretendem mudar seus hábitos de consumo, contra 26% que já modificaram seus hábitos em consequência da crise. Outros 16% afirmaram que não alteraram, mas podem mudar os hábitos de consumo caso a crise ganhe força.
"É um dado positivo que mostra que, embora um terço da população considere que a crise tem impactos no país, ainda assim isso para mais da metade da população não representa mudança no padrão de consumo. Mesmo aqueles que apontavam que poderiam mudar seus hábitos, também há decréscimo, o que revela uma estabilidade importante em relação ao padrão de consumo", afirmou Guarita.
Governo
Os números da pesquisa mostram os brasileiros estão pessimistas quanto às ações do governo nas áreas de saúde e segurança pública, que tiveram a maior percepção negativa entre os setores de atuação do Executivo. Na área de segurança pública, 59% dos entrevistados desaprovam a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto na saúde o percentual de desaprovação chega a 57%.
As políticas de impostos e de taxa de juros adotadas pelo Executivo também foram desaprovadas pela maioria dos entrevistados, enquanto setores como educação, meio ambiente, combate ao desemprego e à inflação têm a aprovação da maioria dos entrevistados.
A atuação do governo no combate à fome e à pobreza, carro-chefe do governo Lula, recebeu a aprovação de 60% dos entrevistados contra 36% que desaprovam a sua atuação nesse campo.