Economia

América Latina perde 1 milhão de empregos no primeiro trimestre

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postado em 12/06/2009 10:55
Buenos Aires, Argentina (FolhaNews) - A crise mundial fez com que 1 milhão de pessoas perdessem seus empregos na América Latina no primeiro trimestre deste ano, apontaram nesta quinta-feira (11/6) a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Segundo relatório dos órgãos, ligados à ONU, a taxa de desemprego na região atingiu 8,5% no primeiro trimestre, ante 7,9% um ano antes. "A queda na demanda externa [exportações] e as restrições de crédito tiveram forte impacto sobre o mercado de trabalho", afirmou à Folha Osvaldo Kacef, diretor de Desenvolvimento Econômico da Cepal. A partir de uma previsão de queda de 1,7% no PIB regional em 2009, Cepal e OIT estimam que o percentual de desempregados alcance até 9,1% até o fim do ano - considerando uma melhora gradual da situação a partir do segundo semestre. "Isso significa que entre 2,8 milhões e 3,9 milhões de pessoas poderiam se somar aos 15,9 milhões de desempregados que havia em 2008 nos centros urbanos", alerta o relatório, que também prevê aumento na informalidade. Embora o desemprego feminino continue superior em toda a região, os dados do primeiro trimestre indicam que o aumento da desocupação atingiu tanto homens como mulheres. O desemprego urbano subiu mais para os homens no Brasil, no Chile, na Colômbia e no México, países nos quais setores que concentram participação masculina - como construção e indústria - foram mais afetados. A desocupação feminina cresceu mais só no Equador. O informe traz dados dos nove países latino-americanos que, segundo a Cepal e a OIT, dispõem de estatísticas contínuas para avaliar a evolução do mercado de trabalho. Pelos números, a maioria dos países registra aumento do desemprego em 2009, moderado em alguns casos (Brasil e Colômbia) e superior a um ponto percentual em outros (Chile, Equador, México). Há redução no Uruguai e na Venezuela, já Peru e Argentina mantiveram estabilidade - os dados argentinos estão sob suspeita desde 2007, após intervenção no Indec (o IBGE local). Já o comportamento dos salários reais no setor formal foi variado. Há países - como Brasil (4,5%) e Uruguai (6,2%) - em que a queda da inflação e os aumentos do salário mínimo ajudaram a elevar a média dos salários reais. A Venezuela teve a maior queda nos salários reais, de 5,4%, impulsada pela inflação mais alta da América Latina (30,9% em 2008). Argentina, Peru e Equador não tinham dados salariais disponíveis. Medidas anticrise O ponto de reversão da crise ainda é incerto, afirmam Cepal e OIT. Mas as entidades destacam um melhor preparo da região para enfrentar a crise, bem como medidas anticíclicas (gastos públicos maiores em período de recessão) para estimular a demanda. Para a Cepal, as políticas mais indicadas envolvem aumento do gasto público, sobretudo subsídios diretos a setores mais pobres. "Mas, para fazer esse tipo de política focalizada, é necessário um cadastro preciso da população vulnerável, o que nem todos os países têm", disse Kacef. Entre medidas tomadas pelo governo brasileiro, o informe cita a ampliação do seguro-desemprego -limitada pelo alto índice de informalidade no mercado de trabalho - e do Bolsa Família.

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