postado em 15/06/2009 10:18
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (15/06), no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, uma nova ordem econômica mundial, que recompense a produção e não a especulação, além de ter ressaltado a necessidade de defesa dos direitos dos pobres.
Mais tarde, Lula exigiu na Organização Internacional do Trabalho (OIT) uma atitude mais dura em relação aos paraísos fiscais e os especuladores que causaram a atual crise econômica.
"Como dirigente de um país em desenvolvimento, espero que da crise surja uma nova ordem internacional que recompense a produção e não a especulação", afirmou o presidente do Brasil.
"Esta nova ordem também deve respeitar as normas meio ambientais viáveis e transformar o comércio internacional em um instrumento de desenvolvimento para uma distribuição mais justa da riqueza", completou Lula no Conselho de Direitos Humanos.
O presidente pediu que todos os países, ricos e pobres, debatam juntos a crise, suas causas, efeitos e as soluções.
Também denunciou no discurso, muito aplaudido pelos membros do Conselho, os "efeitos perversos" da crise, que afeta os emigrantes e os mais pobres, que não são os responsáveis pela recessão que afeta vários países.
Lula recordou que prestar atenção aos direitos humanos é uma parte indispensável de qualquer estratégia para superar os efeitos da crise mundial que explodiu em setembro de 2008.
"A crise financeira, que nasceu da desregulamentação das economias mais ricas, não é um pretexto para estimular o descumprimento das obrigações de cada Estado com a promoção e a proteção dos direitos humanos", explicou o presidente.
"Também não deve levar ao descumprimento dos compromissos com os mais necessitados", completou, antes de lembrar que o Congresso do Brasil acaba de aprovar uma lei que regulariza a situação de milhares de emigrantes.
Na OIT, Lula criticou duramente a existência de paraísos fiscais.
"Entendemos que esta crise exige das empresas, dos trabalhadores e dos governos uma atitude mais dura", declarou Lula em Genebra, que foi ovacionado pelos representantes governamentais, empresariais e sindicais que assitiram o discurso.
"Não se pode conviver com paraísos fiscais", declarou Lula na Suíza, um país que figura na lista cinza de paraísos fiscais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
"Não se pode conviver com um sistema financeiro que especula com papéis e papéis sem gerar um posto de trabalho, sem produzir um sapato, uma camisa ou até uma gravata".
Após a visita a Genebra, Lula viajará para a Rússia, onde participará na terça-feira da reunião dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).