postado em 15/06/2009 14:33
O crédito liberado para financiamento de veículos cresceu 18,4% em abril deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, puxado, principalmente, pela modalidade leasing, segundo dados divulgados pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
De acordo com a associação, a queda dos juros impulsionou o financiamento de veículos no primeiro quadrimestre de 2009. Para a Anef, isso indica para uma mudança no mercado de automóveis, que registrou queda nas vendas em alguns meses desde o final do ano passado, influenciado pela escassez do crédito.
Segundo a associação, as taxas de juros, que fecharam 2008 com 1,80% ao mês (23,87% ao ano), estão em queda e atingiram em abril deste ano 1,59% ao mês (20,84% ao ano). Os planos de financiamento oferecidos aos consumidores também começaram a apontar um aumento, cujo principal efeito será o de alongar o prazo médio de financiamentos, atualmente em 40 meses. Esta média poderá retornar aos 42 meses, verificados no primeiro semestre do ano passado.
As carteiras de Leasing e Crédito Direto ao Consumidor (CDC) apresentaram crescimento de 18,4% em relação ao mês de abril de 2008, passando de R$ 122,8 bilhões para R$ 145,3 bilhões no mesmo mês de 2009. Analisados separadamente, o saldo de CDC caiu 3,1%, de R$ 83,9 bilhões para R$ 81,2 bilhões, e a carteira de Leasing cresceu 64,8%, saltando de R$ 38,9 bilhões para R$ 64,1 bilhões. As duas carteiras já representam 35,3% do total de crédito concedido às pessoas físicas no país.
"O crédito está acompanhando o momento favorável para a comercialização de veículos de passageiros e comerciais leves, impulsionado principalmente pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e redução gradual das taxas de juros", afirmou Luiz Montenegro, presidente da Anef.
Segundo o executivo, "com este cenário positivo, aliado a percepção de que os efeitos causados pela crise internacional não causaram o mesmo impacto no Brasil, os consumidores estão se sentindo mais seguros para comprar veículos a prazo".
Ele explicou, no entanto, que as instituições financeiras estão fechando contratos com valores de entradas maiores do que as verificadas anteriormente, "o que auxilia, dentre outros aspectos, na contenção dos índices de crescimento da inadimplência para o setor", disse.
Em relação à inadimplência acima de 90 dias, o mês de abril encerrou no patamar de 5,2% na carteira de CDC. "Apesar da curva crescente, a inadimplência está em patamares administráveis e a tendência é que volte a apresentar retração a partir do segundo semestre do ano", disse Montenegro.