Economia

Levantamento do Ipea mostra que o setor produtivo está menos pessimista

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postado em 17/06/2009 07:55
O setor produtivo está cada vez menos pessimista em relação à recuperação da economia. Agronegócio, comércio e serviços são os mais confiantes. Os dados são do Sensor Econômico, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mede as expectativas econômicas e sociais de 115 grandes empresas brasileiras que representam 80% do PIB brasileiro. Marcio Pochmann, do Ipea, acredita que a economia brasileira se recuperará em outubroEm maio, o Sensor Ipea, que funciona como um termômetro econômico, registrou 7,79 pontos, um aumento de 3,43 pontos em relação a fevereiro, mês em que houve a maior queda de confiança do setor produtivo. ;Nós atingimos no início do ano uma situação de maior pessimismo e agora há uma recuperação das expectativas;, afirma o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, que aposta em outubro como o mês de maior recuperação da economia, quando a confiança dos setores chegará, segundo ele, ao mesmo patamar do início de 2008. Salário Os aspectos sociais avaliados na pesquisa também se destacam como fonte no aumento de confiança. Em fevereiro, acreditava-se em queda de 2% na massa salarial real. Nos últimos dados divulgados, a expectativa é de estabilidade. Pobreza e desigualdade também colaboraram com o otimismo. A estimativa de redução na taxa Selic, de mais acesso ao crédito e estabilidade dos lucros também foram determinantes. Apesar do aumento na confiança, os participantes da pesquisa não acreditam que o país crescerá em 2009, mas apostam que o Brasil também não deve entrar em recessão. Segundo o representante da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Dione Cerqueira, que participou da divulgação do estudo, ainda é cedo para afirmar que a indústria está em recuperação, mas, segundo ele, o setor tem perspectiva de melhora em relação à demanda. A afirmação do representante da indústria brasiliense é justificada pela pesquisa. O setor industrial foi classificado como apreensivo em relação ao desempenho das empresas e não tem boas expectativas em relação a contratações e ao uso da capacidade instalada. ;A queda do PIB se deu principalmente no setor industrial. Nossa sorte é que há uma compensação em outros setores, como comércio e serviços;, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. » Ouça entrevista: Marcio Pochmann, presidente do Ipea
Dificuldades de investimento A maioria dos empresários ainda sente dificuldade em realizar seus projetos de investimento em 2009. A Sondagem de Investimentos da Indústria, levantamento divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), realizado entre 15 de abril e 29 de maio em um universo de 820 empresas, mostra que 87% do total das pesquisadas apontam algum tipo de dificuldade para realizar investimentos este ano. O porcentual com essa mesma resposta era de 43% em igual período no ano passado. Ainda segundo a Fundação Getulio Vargas, no total de empresas que estão com alguma dificuldade para investir, 50% apontam o cenário incerto da demanda como principal fator inibidor. Esse porcentual, de acordo com a fundação, é apontado como ;a maior frequência relativa da série histórica, iniciada em 2004;. A limitação de recursos vem a seguir, lembrada por 35% das empresas; seguida de perto por carga tributária elevada, citada como obstáculo por 29% das empresas que apontaram alguma dificuldade em investir este ano. Sem perspectivas Para a fundação, a pesquisa revela que as perspectivas para o investimento produtivo no setor industrial são, este ano, menos favoráveis que as observadas no ano anterior. A FGV informou, em comunicado, que em relação a 2008, na comparação com os investimentos realizados em 2007, as empresas informaram um porcentual médio de crescimento de investimentos da ordem de 16%. Para este ano, as empresas apostam em crescimento de 7,8% em seus investimentos em relação a 2008. Sobre os motivos para investir, a expansão da capacidade produtiva foi apontada por 24% do total das empresas pesquisadas. A FGV revelou ainda que, entre 2008 e 2009, subiu de forma expressiva a fatia de empresas que afirmam estar sem programa de investimento no momento: 26% do total, sendo esse o maior nível desde 2003, quando era de 28%.

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