Economia

Recuperação do emprego será mais demorada que o esperado, diz Fiesp

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postado em 17/06/2009 14:31
Ao contrário do mês passado, quando previa uma normalização do nível do emprego industrial paulista já no final do primeiro semestre, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) agora vê uma trajetória mais longa para o fim das quedas, que pode acontecer apenas no segundo semestre. A mudança de postura ocorreu com o resultado do nível de emprego do mês de maio, que apresentou queda de 0,17% na comparação com abril, o que significou uma perda de 3.500 empregos. O número que decepcionou a Fiesp foi o de empregos perdidos descontando o setor de açúcar e álcool - que tem um componente sazonal mais forte e tem o pico de contratação nos primeiros meses do ano. O emprego sem esse setor havia recuado 1,9% em fevereiro, 0,9% em março e 0,5% em abril, e levava a entidade a crer em uma neutralidade em maio. Porém, o mês apresentou queda de 0,4%. "Estávamos esperando uma neutralidade em maio, e os números nos decepcionaram. A trajetória será mais longa do que era suposto", lamentou o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini. "Ainda temos uma perda de razoável tamanho, mostrando que há um ajuste que não se promoveu." Sobre o quão mais longo será essa trajetória, Francini disse que tinha expectativa de já em junho zerar as perdas, mas "é mais possível" que demore mais dois meses, o que levaria a neutralidade apenas para julho. Para o economista, um dos principais responsáveis pelo "retardamento" da normalidade no emprego está no mercado externo. "A exportação está atrapalhando", disse Francini, dando como exemplo o setor metalúrgico, que está entre os que mais demitem mesmo com o reaquecimento de alguns de seus principais clientes internos, como as montadoras e as fabricantes de eletrodomésticos. "O mercado interno é que está segurando as pontas." Francini ainda descartou a possibilidade do saldo total de empregos da indústria paulista apresentar alta em 2009 na comparação com o ano passado. Porém, ele aposta em uma recuperação no segundo semestre que ao menos diminua o resultado negativo de 46 mil empregos perdidos no acumulado do ano até maio.

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