Jornal Correio Braziliense

Economia

Captação da poupança dispara nos dez primeiros dias de junho

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Depois da redução da taxa Selic para o menor nível da história - atualmente em 9,25% ao ano -, a entrada de recursos na caderneta de poupança disparou no início de junho. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, a captação líquida na aplicação financeira somou R$ 1,786 bilhão nos dez primeiros dias do mês. A captação líquida mede a diferença entre os depósitos e as retiradas na aplicação. O valor registrado nos dez primeiros dias de junho representa quase o dobro dos R$ 963,6 milhões registrados no mesmo período do mês passado. Em todo o mês de maio, a poupança captou R$ 1,880 bilhão. Se for levada em conta a média diária, a captação líquida em junho ficou em R$ 233,3 milhões até o dia 10. Isso representa quase o dobro da média de R$ 120,4 milhões obtida no mesmo período de maio. Com a redução da Selic, a poupança torna-se mais lucrativa para os investidores. Isso porque os fundos de renda fixa passam a render menos, enquanto a poupança rende o equivalente TR, que é uma taxa variável, mais 0,5% de juros ao mês. Com a Selic em 9 25% ao ano, isso representa em torno de 0,7% ao mês. Desde janeiro, quando estava em 13,25% ao ano, a Selic foi reduzida em 4,5 pontos percentuais. Para evitar que a migração de recursos para a poupança afete a demanda por títulos do governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que pretende tributar aplicações na caderneta de poupança acima de R$ 50 mil a partir de 2010, mas a proposta precisa ainda de aprovação do Congresso. Os títulos públicos são instrumentos pelo qual o governo pega dinheiro emprestado para honrar seus compromissos e fechar as contas. Para conseguir investidores, o governo oferece juros que na maior parte das vezes, equivalem Selic. Em maio, o saldo das aplicações na poupança recuperou-se após dois meses de perdas. Em março e abril, houve retirada líquida de R$ 846,8 milhões e R$ 941,5 milhões, respectivamente.