Economia

Bolsas de NY fecham em queda com incertezas de reforma de Obama

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postado em 17/06/2009 18:14
As Bolsas americanas fecharam em queda nesta quarta-feira (17/6) com incertezas sobre a proposta do presidente Barack Obama de reforma do sistema regulatório financeiro do país e com a redução da nota de riscos de 22 bancos. As notícias ofuscaram os dados razoavelmente positivos sobre inflação. O déficit em conta corrente dos EUA diminuiu no primeiro trimestre do ano, mas foi recebido sem entusiasmo pelos investidores. A Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) fechou em baixa de 0,09% no índice DJIA (Dow Jones Industrial Average), com 8.497,18 pontos, enquanto o S 500 caiu 0,14%, para 910,71 pontos. A Bolsa Nasdaq subiu 0,66%, indo para 1.808,06 pontos. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta quarta sua proposta de reforma do sistema regulatório financeiro do país. A proposta, que vai agora ao Congresso, reorganiza os papéis de algumas das agências de regulação do mercado financeiro, a fim de reforçar a supervisão do governo. Além disso, a proposta deve endurecer os padrões de controle de grandes empresas financeiras e criar uma nova agência dedicada a proteger os consumidores. "Não escolhemos como essa crise começou. Mas temos uma escolha sobre o legado que essa crise vai deixar", afirmou o presidente americano. "Minha administração propõe hoje uma ampla reforma no sistema regulatório financeiro, uma transformação em escala não vista desde as reformas que se seguiram à Grande Depressão" dos anos 30, afirmou. O presidente propôs a eliminação do OTS (Escritório de Supervisão Econômica, na sigla em inglês), fundindo-o com o OCC (Escritório do Controlador da Moeda, na sigla em inglês). O plano de eliminar o OTS tem circulado há meses devido a seu papel no caso da seguradora AIG (American International Group), que sofreu prejuízos bilionários e precisou de cerca de US$ 180 bilhões em ajuda do governo para não quebrar. Obama ainda propôs a criação de uma nova agência de vigilância para proteger os consumidores de "hipotecas, cartões de crédito e outros produtos financeiros enganosos ou perigosos". Classificação A agência de classificação financeira Standard and Poor´s anunciou hoje que reduziu a classificação e revisou as perspectivas de 22 bancos americanos, entre eles o Wells Fargo, ante o eventual impacto da evolução do setor sobre suas atuações. A decisão da S abrange bancos regionais e estabelecimentos que cobrem o conjunto do território americano. Não foram reduzidas as notas de todos os bancos, alguns foram apenas objeto de uma revisão da perspectiva de sua dívida, em sua maioria em baixa. Inflação A inflação no mês passado foi menor que o esperado pelos analistas, o que foi recebido com otimismo; o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) subiu 0,1%, após ter permanecido sem variação em abril, segundo o Departamento do Trabalho. O núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e energia) teve a mesma variação, alta de 0,1%. Os preços dos alimentos tiveram queda de 0,2% e os da energia caíram 2,4%. O déficit em conta corrente do país, por sua vez, ficou em US$ 101,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o menor desde o quarto trimestre de 2001, segundo o Departamento do Comércio. O dado superou a expectativa dos analistas, que previam um déficit de US$ 85 bilhões no período, mas é menor que o registrado entre outubro e dezembro do ano passado, US$ 154,9 bilhões (dado revisado --a leitura original era de um déficit de US$ 132,8 bilhões). O balanço em conta corrente é uma medida mais ampla que a balança comercial de um país, porque abrange não apenas o comércio de bens e serviços, mas também transferências unilaterais --que incluem recursos destinados a ajuda internacional. FedEx Também nesta quarta, a FedEx apresentou uma previsão de lucros abaixo do esperado e fez comentários cautelosos sobre o cenário econômico. A empresa informou que teve uma perda trimestral maior que a esperada, mas os resultados ainda superaram as expectativas. O executivo-chefe da FedEx, Fred Smith, disse que já há sinais de que "o pior momento da recessão ficou para trás", mas que a empresa prevê ganhos muito abaixo das previsões dos analistas no próximo trimestre.

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