Economia

Mantega diz que Brasil passou por teste na crise, mas ano será "muito fraco"

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postado em 18/06/2009 10:59
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (18/06) que a crise financeira global foi um "verdadeiro teste de estresse" para as economias nacionais, em alusão aos testes por quais passaram os bancos dos Estados Unidos, centro da crise. Segundo ele, o Brasil foi aprovado graças à solidez do sistema financeiro e contas públicas. "A crise fez um teste de estresse nos países. O Brasil mostrou que estava forte", disse Mantega, durante premiação de empresas realizada em São Paulo. Mantega disse ainda que, apesar de o pior da crise já ter passado, ela ainda não acabou. "A crise não terminou. Apenas entrou em uma fase mais benigna", disse o ministro. Segundo ele, essa etapa ocorre, principalmente, por conta das diversas medidas anticíclicas tomadas ao redor do mundo, incluindo o Brasil, que reduziu impostos, por exemplo. Para ele, o quadro recessivo continuará nos países desenvolvidos, enquanto que nos emergentes, em especial nos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), já haverá alguma recuperação. "Não nos iludamos. A crise não acabou. Para países desenvolvidos, será um ano de recessão." Sobre o Brasil, Mantega disse que 2009 será um ano "muito fraco, positivo, mas aquém de outros anos". O ministro afirmou que as medidas a serem tomadas a partir de agora devem ser focadas para que o país busque o crescimento de 4% em 2010 "e voltar para o patamar dos 5% em 2011". Quanto às nações desenvolvidas, ele ainda disse que o PIB deve "patinar por dois ou três anos". Mantega disse ainda que as políticas anticíclicas adotadas pelo Brasil já dão resultado. Ele deu como exemplo o setor automotivo, cuja produção, no acumulado de janeiro a maio, já conseguiu ficar superior ao mesmo período do ano passado. Segundo ele, nas principais economias do mundo, isso só ocorreu na Alemanha, onde "o governo está despejando dinheiro, e na China. O ministro comentou ainda o anúncio do governo dos Estados Unidos de medidas mais restritivas para controlar o mercado financeiro. Para ele, medidas de regulação são positivas. "É importante mudar as regras nos EUA e Europa para evitar abusos", disse, lembrando que uma nova regulação reconstruiria a confiança no mercado financeiro, o que ele afirmou considerar essencial.

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