postado em 19/06/2009 09:54
Um dia depois de o governo colocar em xeque mais uma vez a segunda parcela do reajuste autorizado ao funcionalismo, entidades que representam as carreiras do Executivo federal se reuniram para discutir o que fazer diante de um possível adiamento no cronograma. Em plenária organizada pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), 221 delegados sindicais aprovaram ontem um indicativo de greve geral para julho, mês em que está previsto o repasse da próxima fração do pacote de aumentos baixado no ano passado. Nova assembleia foi marcada para11 de julho.
O encontro, marcado por discursos inflamados e ataques ao vaivém de declarações do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ratificou uma intensa agenda de protestos e novos pedidos dos servidores que deverão ser encaminhados ao governo. Na quarta-feira à noite, sindicalistas ligados à Condsef estiveram com o secretário de recursos humanos, Dunavier Paiva, e receberam sinais positivos de que o que foi prometido será respeitado.
Orçamento
Por causa da queda brusca na arrecadação de impostos, Bernardo deverá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para avaliar cortes no Orçamento, além dos R$ 21,6 bilhões anunciados em março. O fraco desempenho da economia brasileira no primeiro semestre derrubou o recolhimento de tributos, deixando os cofres públicos descobertos em R$ 63 bilhões. Nos próximos dias, o governo anunciará ajustes capazes de equilibrar despesas e receitas. Segundo o ministro do Planejamento, todas as hipóteses estão em análise, inclusive a que altera o calendário de pagamento dos reajustes dos servidores.
Entidades que não estão sob o guarda-chuva da Condsef também reagiram à ameaça feita por Paulo Bernardo de rever datas de pagamento dos reajustes. A Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp) informou, por meio de nota, que pressionará pela manutenção dos acordos fechados em 2008. %u201CAssim como a crise possibilitou o corte radical dos juros sem trazer prejuízos aos objetivos de redução da inflação, o cumprimento dos acordos salariais firmados têm de ser visto como uma forma de política econômica ativa contra a crise, no âmbito do aumento da massa salarial e, portanto, do consumo das famílias%u201D, defendeu a Anesp.