Economia

Especialistas projetam último corte na Selic

postado em 22/06/2009 19:32

O documento do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira (22/6) que contém avaliações de analistas do mercado financeiro acerca do desempenho da economia abre precedente para um novo e talvez último corte da taxa básica de juros. A maior parte dos analistas projeta redução de até 0,5 ponto percentual na Selic, o que derrubaria os juros de 9,25% para 8,75% ao ano.



A análise dos especialistas é que os juros permaneçam nesse patamar até o fim do ano, o que geraria um aquecimento da economia e estímulo ao já crescente estoque de contratações no mercado de trabalho %u2014 que em maio registrou a quarta alta no ano, ensaiando uma recuperação do volume de empregos que se via antes de dezembro, quando registrou-se 654 mil desligamentos no setor de geração de empregos.

[SAIBAMAIS]A inflação projetada para os próximos 12 meses foi elevada em 0,1 ponto percentual, o que elevaria o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial do governo para definir, por exemplo, os reajustes salariais, para 4,09% ao ano. "De certa forma, era uma piora já esperada pelo mercado. Mas nem por isso preocupante, pois ainda está abaixo (do centro) da meta, que é de 4,5%", opina o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal.

Com inflação sob controle e empregos sendo criados, avalia o economista, haveria mais espaço para estimular o crescimento do país. E ampliaria as armas da equipe econômica para enfrentar a crise econômica mundial. "A política monetária (Banco Central) não está sozinha nesse jogo. O governo está realizando uma política anticíclica baseada no aumento da renda e desoneração fiscal, como o caso da redução do IPI (Imposto sobre Propriedade Industrial). Essa sustentação da renda é que vai ser o espelho do PIB (Produto Interno Bruto)", avalia.

A projeção para o PIB também sofreu mudança, de queda de 0,55% na semana passada para recuo de 0,57% na avaliação divulgada hoje. "Essa avaliação já leva em consideração uma recuperação na margem, pois a maioria do mercado projetava uma retração de até 1,5% há pouco tempo. Por isso mesmo, veja essa variação como pouco relevante", analisa o economista-chefe da SLW Assent Magnament, Carlos Thadeu Filho.

Para a indústria, projetou-se queda de 4,75% ante o exercício de 2008, o que mostrou decréscimo de 0,5 pontos percentuais da avaliação do mercado divulgada na semana passada. Houve projeção de piora também na relação entre a dívida e o PIB, de 39,1% para 39,8%. O dólar para os próximos 12 meses foi projetado em R$ 2, mantendo a mesma taxa da semana passada.

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