postado em 24/06/2009 18:45
Pelo terceiro pregão consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou os negócios dia abaixo do patamar dos 50 mil pontos. Para analistas, o mês de junho será dedicado à realização de lucros por investidores, devido à incerteza sobre o ritmo de recuperação da economia global. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) reforçou a avaliação de que a atividade dos EUA deve continuar fraca. A taxa de câmbio doméstica bateu R$ 1,98.
[SAIBAMAIS]O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 0,28% no fechamento, aos 49.672 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,35 bilhões. Coincidentemente, nos EUA, a Bolsa de Nova York também fechou em queda de 0,28%.
"O mercado teve um dia um pouco irracional. Parece que o investidor está bem perdido, sem saber muito o que fazer. Agora, nós temos que lembrar que os meses de junho e julho historicamente não são favoráveis. Mesmo em 2008, foi isso que aconteceu: maio foi um mês excepcional para a Bolsa, seguido por dois meses terríveis", comenta Ivanor Torres, analista da corretora gaúcha Geral.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,985, em alta de 0,15% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 292 pontos, número 4,88% abaixo da pontuação anterior. "O fluxo de saída está bem significativo. Na Bolsa de Valores, tem investidor ´caçando´ notícia ruim como desculpa para fazer realização de lucro", avalia Marcos Trabold, da corretora de câmbio B."Enquanto não houver uma notícia realmente significativa, o dólar deve continuar próximo dos R$ 2", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA revelou que as vendas de casas novas tiveram uma queda de 0,6% em maio. E as encomendas de bens duráveis feitas às fábricas americanas cresceram 1,8% em maio, ante expectativas de um declínio de 0,6% por economistas do setor financeiro. Poucas horas depois, o Federal Reserve confirmou a análise de que, embora "o pior" já tenha passado, os EUA ainda devem enfrentar um período relativamente longo de economia desaquecida. Também manteve os juros básicos perto de zero, dentro das expectativas dos economistas.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a inflação no mês de junho foi de 0,38%, pela leitura do IPCA-15, prévia do índice oficial de preços utilizado para o regime de metas do governo. Economistas do mercado financeiro esperavam em torno de 0,33%. Ainda no front doméstico, o Banco Central informou que as transações correntes com o exterior registraram em maio um déficit de US$ 1,738 bilhão, depois do superávit registrado em abril. Para junho, o BC prevê um saldo zero. E o Banco Mundial voltou a divulgar projeções bastante pessimistas sobre a economia global. O alvo da vez foi a Rússia, país para o qual o organismo internacional estima contração de 7,9% para o PIB deste ano. No final de março, havia a expectativa de que a economia russa encolhesse 4,5%.