Economia

Cade interrompe negociações entre fabricantes de remédios

postado em 24/06/2009 18:47
O plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) homologou, na tarde desta quarta-feira (24/6), a medida cautelar, interposta no dia 3 de junho pelo relator Cesar Mattos, que suspendeu por tempo indeterminado a aquisição da fabricante de medicamentos genéricos brasileira Medley pela francesa Sanofi-Aventis. [SAIBAMAIS]Houve apenas uma mudança em relação à medida preventiva proposta no início do mês: a Medley ficou dispensada da obrigação de contratar um gestor independente e poderá atuar com seu próprio administrador. Entre as imposições do Cade que foram mantidas, está a proibição de demitir ou transferir empregados de uma empresa para outra, de realizar mudanças societárias, de integrar estruturas administrativas e de aplicar a mesma política comercial. Negociação As partes ainda tentam negociar um Apro (acordo para a preservação da reversibilidade da operação), mas a avaliação do Cade é que as propostas enviadas até agora foram insatisfatórias. O negócio foi fechado em abril, mas até agora não há permissão para que as empresas se unam. Segundo o Cade, se elas não atenderem à condição de separação total, há risco de prejuízo à concorrência e concentração de mercado o que poderia significar, por exemplo, aumento abusivo de preços. Com a união, a Sanofi-Medley teria aproximadamente 80% de participação em alguns segmentos do mercado. A avaliação foi feita com base em pareceres da Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, e da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda. A Sanofi investiu R$ 1,5 bilhão na integração com a Medley, mas, descontando as dívidas da brasileira, a estimativa é de que o valor final tenha sido R$ 1 bilhão. A compra levaria o grupo francês à liderança no Brasil, já que, sem a Medley, a Sanofi ocuparia o terceiro lugar no país.

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