Economia

Bancos disputam mutuários com oferta de juros baixos e prazos longos

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 25/06/2009 08:32
O setor habitacional, antigo patinho feio da carteira de empréstimos dos bancos - que somente a Caixa dava grande atenção - transformou-se no canto da sereia de dois gigantes: Banco do Brasil e Bradesco. O objetivo é usar o crédito imobiliário para atrair clientes e, com isso, ganhar mercado. A política mais agressiva nesse segmento, algo inédito no país, beneficia os mutuários, já que as instituições passaram a oferecer crédito com juros mais baixos e prazos longos. "O financiamento habitacional vai disparar", garante o vice-presidente de novos negócios do Banco do Brasil, Paulo Rogério Cassarelli. De acordo com os dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de recursos aplicados no setor mais do que triplicou nos últimos anos. Em 2006, os bancos emprestaram R$ 9,5 bilhões. Esse valor pulou para R$ 18 bilhões em 2007 e para R$ 30 bilhões no ano passado. Nesse montante não estão computados os empréstimos feitos com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Foi esse crescimento que chamou a atenção do Banco do Brasil. "Somos novos nesse mercado", disse Cassarelli. Na avaliação do vice-presidente do BB, mesmo antes de o governo lançar o programa Minha Casa, Minha Vida o caminho para que o crédito imobiliário se tornasse um bom negócio estava sedimentado. A mudança na garantia, que passou de hipotecária para alienação fiduciária mesmo nos financiamentos concedidos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH),trouxe mais segurança aos credores. "O mutuário corre o risco de perder o imóvel, se o atraso no pagamento da prestação for superior a 90 dias", disse Cassarelli. A possibilidade da retomada rápida do imóvel atrai os bancos que esperavam anos, na Justiça, para conseguir a posse do imóvel . Diante disso, o Banco do Brasil fez as contas e viu que não podia ficar fora do mercado imobiliário. "Cada banco tem a sua estratégia mas, no nosso caso, não podíamos correr o risco de perder um cliente de anos para outra instituição. Só porque, na hora em que ele queria comprar um imóvel, nós não tínhamos como financiá-lo", explicou Cassarelli. O financiamento habitacional deixa o cliente preso ao banco por 20 ou até 30 anos. Durante esse período, segundo o vice-presidente do BB, o mutuário pode se tornar consumidor de outros produtos bancários. "Até 2012 o Banco do Brasil espera estar entre as três instituições que mais operam com crédito imobiliário no país", justificou Cassarelli. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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