Economia

ONU se compromete a impulsionar polêmica reforma financeira

postado em 26/06/2009 21:17
A ONU se comprometeu nesta sexta-feira (26/6) a impulsionar uma polêmica reforma da arquitetura financeira internacional para dar um papel mais relevante aos países em desenvolvimento, em proposta que recebeu ressalvas por parte dos Estados Unidos. A delegação americana se mostrou contrária à possibilidade de que as Nações Unidas tenham um "papel formal" nas decisões que afetam às instituições financeiras multilaterais, tal como indica a declaração final adotada por consenso na Assembleia Geral da ONU após três dias de debates. [SAIBAMAIS]Os 192 países do organismo aprovaram um texto de 15 páginas que abre caminho para uma maior participação da ONU na gestão do sistema financeiro global, reafirma o compromisso dos países ricos de aumentar a ajuda ao desenvolvimento e pede que o protecionismo seja evitado. "Este documento reflete um consenso global sobre como abordar esta crise econômica e representa um elemento muito construtivo", assegurou o embaixador do Reino Unido na ONU, John Sawers, após a adoção do texto. Sawers destacou que o texto favorece uma reforma interna de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial para torná-las mais democráticas e diversificadas. No entanto, os EUA expressaram reservas sobre vários parágrafos referentes à reforma dos organismos financeiros multilaterais e à possibilidade de que os países em desenvolvimento recorram a medidas comerciais protecionistas para superar a crise. Essas instituições "têm regras de governo, e tal como dizem seus acordos constitutivos, são independentes da ONU", lembrou o diplomata americano John Sammis, ao ressaltar que qualquer decisão sobre sua reforma "é uma prerrogativa que corresponde a seus acionistas e a suas juntas de governadores". Fontes diplomáticas europeias minimizaram a importância das objeções americanas. "No que nos diz respeito, o documento foi aprovado e ponto", insistiram. O presidente da Assembleia Geral da ONU, o nicaraguense Miguel D?Escoto, reconheceu que a cúpula terminou com "os elementos mínimos" desejados quando de sua convocação. A declaração final é uma versão mais leve do relatório apresentado em março na Assembleia Geral por um grupo de economistas liderado pelo prêmio Nobel de Economia americano Joseph Stiglitz. Entre as medidas contempladas pelo grupo está a substituição do dólar como moeda de comércio internacional e a substituição do Grupo dos Vinte (G20, países mais ricos e principais emergentes) por um novo conselho econômico global no qual se incluam os interesses de todas as economias do planeta.

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