postado em 29/06/2009 19:43
O índice de preços usado como parâmetro de reajuste para a maioria dos contratos de aluguel está em queda: o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) fechou junho em 0,10%. O recuo é o quarto consecutiva no ano, mas ainda não foi suficiente para deixar negativo o IGP-M acumulado de 12 meses. Por isso, os contratos de aluguel com vencimento a partir de julho terão reajuste de 1,52%, seguindo a trajetória do indexador no acumulado do ano até julho.
[SAIBAMAIS]Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29/6) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e indicam depreciação contínua até o próximo mês, quando a trajetória de redução deve parar. A partir de agosto, o índice já deve voltar a crescer.
Os inquilinos com contratos de aluguel reajustados pelo IGP-M acumulado até o sétimo mês do ano, portanto - que vencem em agosto - ainda serão beneficiados pela trajetória de redução, já que, segundo o coordenador do índice, Salomão Quadros, os fatores que forçaram a queda nos últimos quatro meses devem se repetir ainda mais uma vez.
Os maiores fatores na queda do IGP-M estão na desvalorização do câmbio, redução no preço do diesel e do minério, os dois últimos fazem parte dos principais itens que compõe o índice.
O IGP-M é aceito como indexador para vários contratos, dentre eles aluguel e energia. Os aluguéis são reajustados a cada 12 meses e para saber quanto eles devem subir ou baixar os locatários incluem nos contratos uma cláusula que atrela o reajuste ao valor do IGP-M.
Minério e diesel puxam redução
O IGP-M é uma composição de outros três índices: o de preços por atacado (IPA), de preços ao consumidor (IPC) e o nacional de custo da construção civil (INCC). O primeiro deles representa 60% do IGP e é ifluênciado diretamente pelos preços do diesel e do minério, comodities com cotação internacional e que tiveram reajustes para baixo neste mês. "No caso do diesel, a Petrobrás manteve o preço constante mesmo com a crise. Se o preço do produto fosse variável de acordo com o mercado já teria caído há mais tempo", explica Salomão. "Já o preço do minério é baseado em contratos e foi preciso esperar o vencimento deles para reajustar", afirma.
O índice de junho ainda poderia ser menor, mas um dos itens usados para compô-lo teve alta - o da construção civil. "Nesse mês em particular, o Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC) teve uma alta forte, explicada pelo aumento salarial para a mão de obra em São Paulo e Rio de Janeiro", analisa o coordenador.