Jornal Correio Braziliense

Economia

CNI: investimento produtivo deve ter reação positiva ainda este ano

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, classificou como "importantes e absolutamente necessárias"as medidas de barateamento do financiamento para a compra de máquinas e equipamentos, anunciadas nesta segunda-feira (29/6) pelo governo federal. Em nota divulgada por sua assessoria, Monteiro Neto ressaltou que o investimento caiu muito no Brasil depois do início da crise, em setembro do ano passado, e disse que "essas medidas de estímulo ao investimento são muito necessárias para recuperar um pouco a taxa de investimento da economia". [SAIBAMAIS]Na opinião do presidente da CNI, o investimento produtivo poderá mostrar, ainda este ano, os reflexos dos incentivos anunciados hoje. "Acho que é possível, sim, já no segundo semestre termos uma pequena recuperação do investimento". Ele lembrou que até o ano passado, a formação bruta de capital fixo, que mede o investimento produtivo no país, crescia a um ritmo de 20% ao ano. Mas no primeiro trimestre deste ano, o indicador caiu 12,6% em comparação com o mesmo período de 2008. Para ele, é fundamental reverter essa queda. "Porque o investimento de hoje é a produção e o emprego de amanhã". Entre as medidas anunciadas estão a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que baliza os financiamentos de bens de capital, de 6,25% ao ano para 6%, e a redução do custo do empréstimo do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O empréstimo do Tesouro para o BNDES era taxado pela TJLP, acrescida de 2,5% e, agora, será cobrada apenas a TJLP. Além disso, a taxa de juros para o tomador final do BNDES cairá com a equalização de até 5,5 pontos percentuais pela União. O presidente da CNI destacou, no entanto, que uma das medidas esperadas pelos empresários não foi contemplada pelo governo, a que permitiria compensar o PIS e o Cofins pagos na aquisição dos bens de capital num prazo mais curto. "Hoje, a compensação é em 12 meses e esperava-se que ficasse em seis meses ou até de maneira imediata. Isso, sem dúvida nenhuma, frustra a expectativa da CNI e do setor de máquinas e equipamentos", disse Monteiro Neto.