Agência France-Presse
postado em 02/07/2009 18:05
Os preços do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira (2/7) em Nova York, abaixo dos US$ 67 em um mercado que assimilou as consequências da aceleração do desemprego nos Estados Unidos sobre a demanda da matéria-prima.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos do barril de petróleo para entrega em agosto fechou a US$ 66,73, em retração de 3,72% em relação ao fechamento anterior.
Em Londres, o barril do brent do Mar do Norte para o mesmo contrato também recuou mais de 3%, para US$ 66,65.
"Os dados terríveis de emprego nos Estados Unidos minaram a confiança dos investidores", disse Phil Flynn, da PFG Best Research.
[SAIBAMAIS]"Esta semana, a esperança de que houvesse uma recuperação econômica foi abatida por dois informes. O primeiro foi sobre a confiança dos consumidores. E, agora, sabemos porque não têm mais confiança: os assalariados perderam seus empregos a um ritmo mais rápido que no mês anterior", disse o analista.
A perda de empregos nos Estados Unidos aumentou em junho (467 mil postos de trabalho eliminados), com a taxa de desemprego chegando a 9,5%, segundo dados do Departamento de Trabalho divulgados nesta quinta-feira, enfraquecendo as esperanças de uma rápida recuperação econômica.
O presidente Barack Obama reagiu à notícia se declarando profundamente decepcionado com as cifras que levaram a taxa de desemprego ao pior nível dos últimos 26 anos.
Esta alta do número de empregos perdidos, após dois meses de queda, foi muito maior do que a previsão dos analistas, que calculavam uma baixa de 365 mil postos de trabalho. Estes dados do relatório do departamento do Trabalho retificam a melhora relativa registrada em maio, quando foram perdidos 322 mil empregos.
O aumento da taxa de desemprego, por outro lado, foi um pouco inferior que o esperado pelos analistas, que estimavam 9,6%. Em maio, o índice ficou em 9,4%.
"Este relatório decepcionante joga luz sobre a severidade da piora, e sugere que, em matéria de emprego, ainda não chegamos ao fundo do poço", afirmou Sophia Koropeckyj, no site Moddy´s Economy.com.
"A deterioração do mercado de trabalho continua, e há poucos indícios de que as condições estejam melhorando", acrescentou.
Meny Grauman, economista da CIBC World Markets, destacou que alguns analistas se apressaram ao antecipar uma recuperação econômica.
"Isso demonstra que a recessão perdura nos Estados Unidos", estimou. "É uma questão de ritmo desta deterioração, e não de recuperação. A contração da economia é mais lenta que no início do ano, mas continuamos ladeira abaixo".
Além disso, os preços sofreram o impacto do informe semanal dos estoques nos Estados Unidos, publicado na véspera.