postado em 03/07/2009 17:26
O "Independence Day" nos EUA determinou uma espécie de "feriado informal" na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na sessão desta sexta-feira (3/7). O volume bastante estrito de negócios mostrou que o investidor não se dispôs a novas apostas no mercado sem a sinalização de sua principal referência externa. O segmento de câmbio também teve um dia morno, encerrando as operações de hoje na taxa de R$ 1,95.
[SAIBAMAIS]O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, teve baixa de 0,18%, aos 50.934 pontos. O giro financeiro foi de R$ 1,66 bilhão. Em junho, a média foi de R$ 5,36 bilhões/dia. As principais Bolsas europeias fecharam em direções distintas: em Londres, o índice FTSE registrou leve alta de 0,04%, enquanto o índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, cedeu 0,21%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,953, em leve alta de 0,05%.
A Bolsa brasileira revelou hoje que os investidores estrangeiros tiraram mais de R$ 1 bilhão ao longo de todo o mês de junho. Trata-se do primeiro saldo negativo após quatro meses em que as compras de ações superaram as vendas, com destaque para o resultado histórico de maio (R$ 6,08 bilhões).
Os dados acima mostram que, diante de um cenário externo ainda incerto, os estrangeiros fizeram a opção por embolsar a forte valorização das ações ocorrida em boa parte do segundo trimestre. E embora economistas avaliem que a economia do Brasil, e dos emergentes em geral, esteja em melhores condições ante os países mais desenvolvidos, o cenário deve continuar complicado para todos nos próximos trimestres.
"Enquanto é factível que o Brasil recupere seu crescimento ainda neste ano, para Estados Unidos, Europa e Japão, as expectativas mais positivas apontam para a retomada do crescimento potencial em 2011", avalia o economista-chefe da corretora Geração Futuro, Gustav Penna Dorski, em relatório sobre a conjuntura econômica.
Essa constatação não significa que o Brasil está em "uma situação excelente". Os analistas da corretora ressalvam que o setor industrial brasileiro não se recuperou do baque com a crise global, com muito de sua capacidade instalada de produção ociosa; as exportações cresceram, mas continuam abaixo do montante registrado no ano passado; e o crédito para empresas ainda está em nível abaixo do registrado até 2008.
Europa e Brasil
A agenda econômica esteve bastante esvaziada hoje, tanto no cenário externo quanto no front doméstico.
Entre os poucos destaques, a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, revelou que as vendas varejistas na zona do euro tiveram recuo de 0,4%. Ainda na Europa, o influente índice PMI, calculado pelo instituto privado Markit, mostrou que o setor de serviços da zona do euro ainda está em contração.
Já no Brasil, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) comunicou que o consumo de energia no país caiu pelo quarto mês consecutivo. Apesar dos primeiros indícios de recuperação da atividade na indústria, ainda não foi observado reflexo no consumo de energia do setor. Ontem à noite, o governo americano informou que foram fechados mais sete bancos, o que eleva para 52 o número de instituições bancárias encerradas neste ano. Em 2008, foram 25.