Economia

Banco Central precisa contratar 500 funcionários

postado em 06/07/2009 08:23
A expectativa de autorização para que sejam ocupadas 500 vagas de analistas e técnicos no Banco Central movimenta a vida dos concurseiros interessados nessa oportunidade. O reajuste dos servidores que passou a vigorar na semana passada é um motivador a mais. O aumento elevou a remuneração dos analistas em início de carreira para R$ 12.413 e a dos técnicos para R$ 4.896. Segundo o Banco Central, as negociações com o Ministério do Planejamento estão avançadas, embora não haja ainda uma data precisa para que a portaria de autorização seja publicada. "O que sabemos é que as análises técnicas do Planejamento aprovam o concurso", comenta José Batista Dattoli, chefe do Departamento de Gestão de Pessoas (Depes) do BC. O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito, acredita que a autorização será publicada até setembro. "Estão contando que, entre agosto e setembro, a autorização sairá. Caso contrário, vai atrasar a reposição, já que todos terão de ser nomeados até julho do ano que vem (em função da lei eleitoral, que proíbe nomeações nos três meses antecedentes e posteriores às eleições). Sabemos que este ano vai ser difícil alguém tomar posse", diz. Reposição Enquanto isso, o Depes corre contra o tempo. O setor contabiliza 198 aposentadorias entre janeiro e junho. Além disso, outros 744 servidores estão aptos a pendurar as chuteiras até o fim do ano e quase 50% do quadro do BC pode fazer o mesmo nos próximos quatro anos. "Todas as áreas serão afetadas com as aposentadorias, tanto na sede quanto nas regionais", admite Dattoli. As 350 vagas de analista e as 150 de técnicos que aguardam sinal verde do Ministério do Planejamento serão insuficientes para recompor o quadro de servidores, por isso, a proposta do BC é criar um plano para que ocorra um concurso por ano até 2013. Atualmente, o BC possui 4.813 servidores concursados. Segundo Belsito, a situação de maior gravidade é a dos técnicos. Dos 668 profissionais na ativa, a maioria pode deixar o trabalho. "Desse total, aproximadamente 450 vão se aposentar." Tanto a sede, em Brasília, quanto as nove regionais estão carentes de servidores especialmente para área administrativa. A regional de São Paulo também contabiliza muitas baixas. "Há lacunas entre os concursos públicos e não é fácil resolver isso de uma só vez", admite Dalor Moreira dos Santos, chefe adjunto do Depes. O sindicalista Ségio Belsito destaca que as unidades de Recife, Belém, Fortaleza e Rio de Janeiro são as que devem solicitar a maior parte dos servidores a serem contratados. Caminho das pedras A autorização tão esperada é só o primeiro passo para a seleção. Em média, são necessários três meses para a escolha da organizadora, elaboração e publicação do edital. Se ocorrer como no último concurso, em 2005, os candidatos terão menos de seis meses entre o sinal verde do Poder Executivo e as provas. Na ocasião, foram oferecidas 283 vagas para analistas e 75 para técnicos. A boa notícia é que foram chamados muito mais aprovados do que o descrito no edital de abertura e isso pode se repetir. Na época, 86.349 pessoas disputaram as oportunidades. A forma de alocação dos aprovados não está definida. "Estamos repensando como distribuir as vagas", disse Orlando Pinheiro Ávila, coordenador do Depes. Como as chances exigem dos candidatos graduação em qualquer área de formação, a separação por áreas facilita o trabalho do BC na hora de direcionar o profissional mais adequado para cada atividade. De toda forma, é esperado que parte das disciplinas cobrada no concurso anterior seja mantida nas provas. Itens de direito constitucional e administrativo, noções de economia (macroeconomia e microeconomia), estatística e finanças devem aparecer no teste, além de questões de português, inglês técnico e raciocínio lógico. Na última seleção, as avaliações foram aplicadas em todas as cidades em que o BC tem unidade. Além das provas objetivas de conhecimentos básicos e específicos, houve questões discursivas e redação e análise de títulos. Os aprovados fizeram curso de formação em Brasília por duas semanas. Benefícios O bom salário é um dos atrativos. No início de carreira, analistas recebem hoje R$ 12.413 e técnicos, R$ 4.896 - em 2006, esses valores eram de R$ 6.292 e R$ 3.154, respectivamente. Mas há benefícios que motivam ainda mais os candidatos, a exemplo do plano de saúde no qual o BC paga metade e os servidores a outra. O programa de formação continuada com convênios para cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado também atrai diversos servidores.

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