Jornal Correio Braziliense

Economia

Bancos ainda têm de eliminar ativos 'podres' de seus balanços, diz FMI

A limpeza dos ativos "podres" (títulos de alto risco de calote) dos balanços bancários não está completamente encerrada e condicionará o fim da crise econômica, afirmou o diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. "Ainda é preciso realizar muitas tarefas, principalmente a limpeza dos balanços bancários", destacou Strauss-Kahn em uma reunião em Genebra (Suíça) na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Muitas coisas foram alcançadas, mas falta muito por fazer." No último dia 15, o Banco Central Europeu (BCE) informou em um relatório que o setor bancário da zona do euro pode passar por uma nova rodada de reduções de valores de seus ativos, que podem chegar a mais US$ 283 bilhões neste ano e no próximo. As perdas totais dos bancos da região, assim, devem chegar a US$ 649 bilhões - muito abaixo dos US$ 904 bilhões previstos pelo FMI em abril. Na quinta-feira (2), a FDIC (Comissão Federal de Garantia de Depósitos Bancários, na sigla em inglês) anunciou a quebra de mais sete bancos nos Estados Unidos. Com isso, o número de bancos americanos que quebraram em 2009 atingiu 52. É mais do que o dobro dos fechados em 2008 (25), quando estourou a crise financeira global. Em 2007 foram apenas três. No fim de junho, a agência de classificação de riscos Standard & Poor´s informou, por sua vez, que o pior da crise já passou para as atividades de mercado dos bancos e casas de corretagem em todo o mundo, mas a normalização deste setor ocorrerá de forma progressiva. "Prevemos que, em alguns casos, as perdas crescentes nas atividades de crédito devem superar o lucro nas atividades de mercado", diz a agência em um comunicado - que acrescenta que toda a melhora será "progressiva". Brasil No Brasil, os bancos estão bem posicionados para enfrentar os efeitos da crise econômica global sem grandes danos para seus tradicionalmente fortes perfil financeiro e patrimônio, segundo relatório divulgado também na quinta pela agência de classificação de riscos Fitch Ratings. No relatório, a Fitch diz acreditar que os resultados mais fracos obtidos pelos bancos são esperados para um momento de retração global, mas que apesar disso possuem fortes fundamentos financeiros.