Economia

Leite deve ficar caro por mais dois meses, diz pesquisador

postado em 07/07/2009 15:21
O preço do leite longa vida em São Paulo quase dobrou na prateleira dos supermercados neste ano e não deverá ceder até o início do mês de setembro, período de retomada da safra. Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgada nesta terça-feira (7/7), o leite UHT integral, que em dezembro do ano passado custava R$ 1,71, saltou para R$ 2,42 em junho deste ano. A alta é de 41,5%. [SAIBAMAIS]A disparada é resultado de uma combinação de fatores, segundo o pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado a Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Éder Pinatti. O período de entressafra, associado aos problemas financeiros dos laticínios Nilza, à estiagem na região Sul do país e às chuvas no Norte, diminuiu a captação do produto e pressionou os preços, conforme o pesquisador. Segundo Pinatti, ainda que o preço ao produtor ainda suba até setembro, no varejo não deve mais avançar. Nem recuar, pelo menos, nos próximos dois meses. "A tendência é de alta no período de inverno, de seca, até o final de agosto e início de setembro. No varejo, não deve subir mais, chegou ao limite. Mas também não vai cair. Mas a partir de setembro, com o início da safra, vai recuar", afirma Pinatti. A perspectiva, no entanto, não é de volta aos preços praticados no ano passado. "Não deve devolver (toda a alta) e voltar ao preço que estava. O produtor já estava com custo defasado. Há dois meses conseguiu um pouco de margem em relação ao varejo, onde subiu primeiro", explica o pesquisador. O Dieese pondera que a maioria da produção de leite concentra-se nas regiões Sul e Sudeste e as "alterações climáticas em grandes Estados produtores de leite podem afetar sua oferta e, consequentemente, seu preço". No ano de 2008, a produção brasileira do leite cru, resfriado ou não, industrializado foi de 19.174 milhões de litros. Deste total, 75% concentram-se em cinco Estados: Minas Gerais (27%), Rio Grande do Sul (15%), Goiás (12%), São Paulo (12%) e Paraná (9%).

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