Economia

Pagamento de juros e benefícios puxou carga tributária, avalia Ipea

postado em 07/07/2009 15:34
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que o aumento da carga tributária entre 1980 e 2008 foi puxado pelo pagamento de juros da dívida e de benefícios sociais. [SAIBAMAIS]De acordo com estudo publicado hoje pelo órgão, ligado ao governo federal, quase 60% da arrecadação da União, Estados e municípios teve essas destinações. A carga tributária brasileira passou de 24,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1980 para 35,8% no ano passado. O dado compara a arrecadação com a soma de todas as riquezas produzidas no país no mesmo período. Sempre que a arrecadação cresce mais que o PIB, há aumento da carga. Na mesma comparação, as transferências para o pagamento de aposentadorias, FGTS, Bolsa Família, entre outros benefícios, passou de 7,3% para 15,3% do PIB. Em relação aos juros, o percentual subiu de 1,7% para 5,6%. O estudo do Ipea não detalha a destinação da arrecadação restante. "Parte significativa do aumento da carga tributária foi para pagar juros", disse o presidente do Ipea, Márcio Pochmann. "Mas as transferências foram as maiores responsáveis pelo aumento da carga." Receita. Hoje pela manhã, a Receita divulgou que a carga tributária brasileira bateu novo recorde histórico em 2008 e chegou a 35,8% do PIB. Em 2007, estava em 34,72%. No ano passado, a arrecadação avançou 8,3%, enquanto a economia cresceu 5,1% (descontada a inflação). A carga tributária divulgada pela Receita Federal ficou um pouco abaixo da prevista pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Segundo a entidade, os tributos corresponderam a 36,56% do PIB no ano passado. No início do governo Lula, a carga representava cerca de 32% do PIB. A Receita não apresentou os números para os governos anteriores.

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