postado em 08/07/2009 17:20
O ministro das Finanças britânico, Alistair Darling, anunciou nesta quarta-feira (8/7) um plano de reformas no sistema financeiro do país para reforçar a regulação e aumentar a proteção aos consumidores.
[SAIBAMAIS]As medidas, anunciadas durante um discurso do ministro no Parlamento, dão mais poder aos órgãos reguladores e visam evitar que os problemas internos dos bancos desestabilizem todo o sistema financeiro, a exemplo do que ocorreu durante a atual crise econômica.
Nos últimos doze meses, o governo britânico injetou bilhões de libras dos cofres públicos para tentar resgatar o sistema bancário e nacionalizar instituições como o Northern Rock e o Bradford & Bingley e recuperar outras, como o Royal Bank of Scotland e o Lloyds.
Medidas
Entre as principais medidas anunciadas pelo governo, está a criação do Conselho de Estabilidade Financeira, que usa a estrutura tripartite já existente de supervisão do sistema, formada pelo Financial Services Authority, responsável pela fiscalização e regulamentação do setor, o Bank of England e o Tesouro.
O Conselho deve ser responsável por relatar possíveis riscos no sistema que poderiam afetar a estabilidade financeira. "O Conselho não irá lidar apenas com questões imediatas, mas monitorar a estabilidade financeira e reagir aos riscos de longo prazo quando eles ocorrerem", disse Darling.
Além disso, o ministro também propôs que os bancos sejam obrigados a destinar capital para cobrir perdas futuras e defendeu uma melhor administração das instituições financeiras.
"As instituições financeiras em muitos países se arriscaram muito. E está claro que algumas instituições financeiras tinham pouco conhecimento sobre o que estava ocorrendo dentro de suas empresas", disse Darling.
O plano de reforma prevê ainda mais fiscalização sobre a remuneração dos executivos dos bancos. Autoridades do governo afirmam que as medidas devem ser adotadas até o segundo semestre de 2010. Apesar de bem recebido pelo sistema bancário do país, o plano proposto pelo governo foi duramente criticado pela oposição.
Segundo o representante para assuntos financeiros do Partido Conservador, George Osborne, as reformas representam uma "resposta inadequada do governo à crise".
Ele defendeu o fim da estrutura tripartite de supervisão e a transferência dos poderes de regulação para o Bank of England.