Jornal Correio Braziliense

Economia

Petrobras admite atuar no setor de distribuição nos Estados Unidos

A Petrobras considera que terá participação futura no mercado de distribuição de combustíveis dos Estados Unidos, mas ainda não vislumbra entrar neste negócio nos próximos cinco anos. O diretor da área Internacional da companhia, Jorge Luiz Zelada, disse nesta sexta-feira (10/7) que a participação da estatal brasileira naquele mercado deverá acontecer de "forma natural", como resultado do processo de integração da cadeia do petróleo. Atualmente, a Petrobras produz e refina petróleo nos Estados Unidos. [SAIBAMAIS]"Sempre tivemos atividade exploratória nos Estados Unidos, e agora temos o refino. Sempre que pensamos na indústria, buscamos ter integração. Se temos uma atividade de refino, é natural que se queira colocar o produto no mercado", afirmou Zelada, que fez palestra na Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio. O executivo explicou que a presença da Petrobras no mercado de distribuição americano não ocorreria necessariamente com a abertura de postos, ou seja, a estatal poderia atuar apenas no atacado. Ele acrescentou que a presença naquele mercado poderia ajudar na difusão do álcool nos Estados Unidos. Zelada ressaltou, no entanto, que o planejamento estratégico da Petrobras não contempla o início deste negócio. O plano de negócios da estatal engloba o período 2009-2013. "Não há qualquer desenvolvimento de negócios neste sentido", observou. África O diretor detalhou ainda os planos da empresa na África, e descartou a possibilidade de perfuração na camada pré-sal nos blocos em que a Petrobras detém participação. Ele explicou que as áreas onde há indícios de existência de óleo no pré-sal ainda não foram concedidas pelos governos locais. A Petrobras inicia ainda este ano um plano de perfuração de vários poços em Angola, em regiões profundas. Zelada destacou ainda que a produção em dois blocos nos quais a companhia tem participação minoritária na Nigéria atingirão pico de produção até o fim do ano. O campo de Agbami atingirá produção de 230 mil barris/dia, e o de Akpo, totalizará 175 mil barris/dia. Zelada evitou ainda polemizar sobre a instalação da CPI da Petrobras, prevista para semana que vem, no Senado. Sobre possíveis danos à imagem da empresa no exterior, limitou-se a comentar que não haverá alterações nas operações externas. "Nossas operações têm pilar muito técnico e econômico. E isso não mudou em nada", afirmou.