Os medicamentos ficaram mais caros para pessoas da terceira idade no último trimestre. A alta foi de 5,04%, percentual superior à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor ; Brasil (IPC-BR), com variação de 4,87%. O orçamento dessa parcela da população também foi pressionado por outros dois grupos: despesas diversas (4,98%) e habitação (1,30%). Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV) e correspondem ao Índice de Preços ao Consumidor ; Terceira Idade (IPC-3i), divulgado ontem.
O aumento nos preços dos remédios que aparece nesse levantamento é considerado fato isolado. Se ocorrerem novos reajustes no decorrer do ano, devem se apresentar de maneira menos intensa, como afirma o economista da FGV, André Braz. ;Isso ocorreu por força do aumento (dos remédios) que começou a vigorar em 31 de março e foi captado ao longo do trimestre. Na próxima avaliação, eles não vão subir tanto;, explica.
Mesmo com a previsão de que os remédios não deverão pressionar a inflação para a terceira idade no próximo trimestre, essas pessoas podem se preparar para altas nas tarifas públicas, itens importantes na cesta de consumo dessa faixa da população. Segundo a FGV, os principais serão aumento na conta de telefonia fixa para todo o país e reajustes na taxa de luz em São Paulo e na de água no Rio de Janeiro.
No acumulado em 12 meses encerrados em junho, a inflação da terceira idade ficou em 4,94%, taxa 0,7 ponto percentual menor que a registra nos 12 meses terminados março (considera o resultado do primeiro trimestre de 2009). Apesar dessa redução, o percentual ainda está maior que a inflação medida pelo IPC-BR. A desacelaração teve como principal influência o grupo alimentação, cuja taxa passou de 2,38% para 0,35%. O destaque ficou com as hortaliças e legumes (variação caiu de12,31% para 0,86%) e com as frutas (de 6,77% para -10,28%).
A queda no índice poderia ter sido maior, mas foi segurada por leite e derivados. Se esse comportamento dos preços dos alimentos se repetir na próxima análise, será o segundo recuo consecutivo do IPC-3i. ;No ano passado, no segundo trimestre, tivemos ponto de pressão em vários alimentos importantes. É o caso das carnes, pães, arroz e feijão. Este ano, esses mesmos alimentos não apresentaram valores iguais aos de 2008;, relata André Braz.
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