Economia

Fracassa a primeira tentativa de formar um grupo maior do que o G-8 para discutir rumos do mundo

postado em 11/07/2009 14:31
Os países emergentes ficaram decepcionados com um dos resultados da reunião de cúpula do G-8: a resposta negativa do grupo dos países ricos para a demanda de incorporação de Brasil, Índia, China, México e África do Sul (o G-5), além do Egito, que formariam um foro mais representativo, o G-14, grupo que surgiria da fusão dos países mais industrializados com os principais emergentes. Sem obter o objetivo, os líderes emergentes passaram a valorizar o G-20. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que se tivesse que optar, escolheria o G-20 e não o G-14 como principal organismo de governança global. Para o presidente, o G-20 é mais representativo e deve ser %u201Cvalorizado%u201D até a sua próxima reunião de cúpula, que se dará em setembro em Pittsburgh, nos EUA. Essa reunião, de acordo com Lula, terá especial importância porque será o momento de verificar se as medidas recomendadas nas duas cúpulas anteriores estão sendo implementadas. Lula ressaltou que a criação do G-14 também seria importante, porque significaria um peso maior das economias emergentes nas discussões de temas relevantes. Mas insistiu: %u201CO G-20 é uma boa pedida%u201D. Durante a reunião do G-8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), que foi encerrada ontem em Áquila (Itália), Lula insistiu no fato de que várias medidas continuam no papel. Entre elas, estão a retomada das negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), e a liberação de financiamentos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), com os recursos adicionais que recebeu de seus membros. Outra frustração surgiu ao fim do encontro do Fórum das Maiores Economias (MEF, na sigla em inglês), que não chegou a um bom acordo sobre as metas de redução das emissões de gases do efeito estufa. Esse acerto era esperado com ansiedade, dada à possibilidade de facilitar o processo de negociação em curso no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e o Aquecimento Global, que culminará no encontro de dezembro, em Copenhague, Dinamarca. Um dia antes, o G-8 havia concordado na definição do corte global de 50% das emissões até 2050 e acentuado sua percepção de que os países desenvolvidos deveriam se responsabilizar por 80% dessa redução, mas sem definir um ano para a meta ser atingida, o que já seria muito frágil. O MEF limitou-se a concordar com o teto de 2 graus Celsius de aumento da temperatura global, em relação à média no período pré-industrial. África Ao arrematar a reunião de cúpula, o G8 decidiu aumentar de US$ 15 bilhões para US$ 20 bilhões o seu desembolso para a África em programas de desenvolvimento da agricultura e de segurança alimentar. A elevação em US$ 5 bilhões para o combate à fome no continente africano foi proposto pelos Estados Unidos. O encontro do G-8 foi marcado por manifestações contra a globalização, mas somente no dia anterior ao início do encontro houve confronto entre policiais e civis. Ontem, houve uma passeata pacífica.

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