Agência France-Presse
postado em 14/07/2009 21:26
A América Latina será uma das primeiras regiões a sair da crise econômica mundial, afirmou nesta terça-feira (14/7) o presidente da Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban), o brasileiro Ricardo Marino, que também advertiu, porém, contra o excesso de gastos para estimular a recuperação.
"A América Latina será uma das primeiras regiões do mundo a participar deste ciclo de recuperação", garantiu Marino, no fim de um seminário de dois dias em Madri sobre "o papel de impulsão dos bancos na recuperação das economias iberoamericanas".
[SAIBAMAIS]"Estamos atualmente numa situação de recessão, mas ela será inferior à média mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina cairá 2,3% a 3%, ou seja, muito menos que o de outras regiões como a Europa e a Europa Oriental", afirmou.
A União Europeia registrou uma contração de 2,4% do PIB entre o último trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009, segundo dados da Eurostat.
"A América Latina está numa posição privilegiada: nenhuma instituição financeira faliu, não tivemos ativos podres e os bancos têm reservas de sobra para encarar a crise", explicou Marino.
"Agora, precisamos adotar uma atitude prudente quanto à gestão do crédito, avaliar os riscos com mais cuidado, para sair desta situação de crise mais rapidamente que os países desenvolvidos", prosseguiu.
O presidente da Felaban ainda fez uma advertência aos governos, alertando para a tentação de gastar de forma desenfreada para estimular a economia.
"Gastar só por gastar pode levar a uma situação de perda de controle", avisou o brasileiro, explicando que estes gastos desenfreados "só dão resultados a curto prazo". "É preciso pensar mais em investimentos", como infraestruturas, sentenciou.
"A América Latina está numa boa posição para iniciar seu processo de recuperação, mas esta será lenta, e progressiva", encerrou Marino.