postado em 15/07/2009 17:52
As Bolsas dos Estados Unidos fecharam em forte alta nesta quarta-feira, puxadas pelos bons resultados da fabricante de microchips Intel e pela revisão para cima das previsões de crescimento por parte da Reserva Federal.
A Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) encerrou a sessão em alta de 3,07% no índice Dow Jones Industrial Average, que subiu 8.616,21 pontos, enquanto o S 500 avançou 2,96%, a 932,68 pontos. A alta no Dow Jones de hoje foi a maior dos últimos três meses, com o pregão no azul desde a abertura até o encerramento.
A Bolsa tecnológica Nasdaq teve elevação de 3,51%, aos 1.862,90 pontos.
"Poucas coisas dão mais otimismo aos investidores que as surpresas boas nos resultados" das empresas, explicou Al Goldman, da Wells Fargo Advisors. "Há uma razão fundamental para se comprar ações com a perspectiva de melhores resultados".
Excluindo a multa recorde aplicada pelas autoridades europeias, a Intel, número um mundial de microprocessadores, registrou um lucro muito superior às previsões e seu papel subiu 7,25%, a US$ 18,05 hoje.
A Intel informou perdas de US$ 398 milhões de abril a junho, registrando seu primeiro prejuízo trimestral desde 1986. Mesmo assim, o resultado superou as expectativas e a empresa projeta uma receita de US$ 8,1 bilhões a US$ 8,9 bilhões no terceiro trimestre, contra previsões de US$ 7,8 bilhões dos analistas.
Com a expectativa de mais vendas de computadores, os analistas veem sinal de que a recuperação da economia americana possa ganhar mais força. O consumo responde por cerca de 70% de toda a atividade econômica dos EUA.
A performance da Intel e os indicadores da atividade industrial nos Estados Unidos melhores que o previsto deram mais otimismo ao mercado, "que superou todos os níveis de resistência importantes", segundo Cesare de Novellis, da Meeschaert New York.
O Fed (Federal Reserve, o BC americano) informou que a produção industrial americana caiu 0,4% em junho, menos que o 1,2% de queda visto em maio.
Mais tarde, e reforçando o otimismo que já circulava, o Fed também revisou em alta suas previsões de crescimento para os Estados Unidos até 2011, mas previu igualmente que a taxa do desemprego será mais forte do que calculava em abril, segundo as atas de sua última reunião publicadas nesta quarta-feira.
Confirmando que a primeira economia mundial deverá recomeçar a crescer, mas "lentamente" no segundo semestre, após quatro trimestres consecutivos de recuo do PIB (Produto Interno Bruto), o Federal Reserve estima que o retrocesso da atividade deverá ficar entre 1% e 1,5% no conjunto de 2009. É muito menos do que previa há três meses, quando calculava que a queda do PIB poderia atingir 2%.
Em 2010, o crescimento deverá atingir entre 2,1% a 3,3% (contra uma estimativa precedente de 2% a 3%). Em 2011, a expansão deverá ser de pelo menos 3,8%, podendo chegar a 4,6% acrescenta o relatório do Fed.
No entanto, os membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) trabalham com o fato de que "a retomada do consumo e dos investimentos das famílias seja prejudicada por uma degradação mais acentuada do mercado de trabalho, do processo de quitação de dívidas e das condições mais difíceis de obtenção do crédito, somados a uma demanda do setor imobiliário ainda fraca".
O Banco Central adverte que o desemprego aumentará mais que o previsto. Até o final do ano, os desempregados, que representavam 9,5% da população economicamente ativa no final de junho, poderão representar 10,1%.
O Fed também revisou em forte alta as previsões de inflação para o ano de 2009, prevendo uma alta dos preços ao consumidor (índice PCE) compreendida entre 1,0% e 1,4%. Para 2010, o aumento dos preços deverá estar compreendido entre 1,2 e 1,8%, ou seja, mais que o previsto inicialmente.