postado em 15/07/2009 16:25
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a paixão do brasileiro por carros supera, em alguns casos, a preferência pelas mulheres. A afirmação foi feita hoje, em Brasília, durante o anúncio dos novos investimentos da montadora General Motors no Brasil."É preciso que a gente facilite para que o povo consiga comprar carro. O carro continua sendo, depois da mulher ou, depois do homem, a paixão do ser humano. Quem já tem quer trocar todo ano. Quem não tem quer ter o primeiro", disse o presidente.
"Às vezes, o cidadão pensa em ter o primeiro carro antes de ter a primeira mulher. Ele começa a querer ter carro com 14 anos, 15 anos", disse Lula à plateia de executivos da montadora e políticos.
Ao falar sobre as reduções de impostos promovidas pelo governo para incentivar o consumo, Lula destacou também o crescimento de 30% nas vendas de máquinas de lavar após as desonerações promovidas pelo governo.
"A máquina de lavar cresceu as vendas em 30%. Porque cresceu? Porque a máquina é um dos itens de independência da mulher. É um dos jeitos que se tem de fazer os homens também lavarem roupa. É pegar a roupa dele e jogar", afirmou, provocando risadas.
Obama
Durante a cerimônia, Lula disse também que os líderes das maiores economias mundiais estão "boquiabertos" com os resultados das montadoras no Brasil, que se recuperaram da crise e bateram recorde de vendas no primeiro semestre deste ano.
Afirmou também que o país pode se tornar a quinta maior economia mundial se continuar crescendo no ritmo dos últimos anos. Para isso, no entanto, ainda é preciso resolver alguns problemas, como aumentar as vendas para os países menos afetados pela crise e continuar no processo de retomada do crédito.
Lula se referiu também ao "spread" bancário, a parcela dos juros que embute custos, risco e o ganho dos bancos.
"Não vamos achar que está tudo resolvido. A questão do crédito ainda tem pendências sérias, o "spread; ainda está alto e nós vamos tratar de construir as coisas para melhorar a situação desse país", afirmou.
O presidente citou a questão dos EUA como um exemplo de que a atuação de bancos públicos é importante em momentos de crise e falta de crédito.
"Na conversa que eu tive com o [presidente dos EUA, Barak] Obama, eu disse que o problema dos EUA é que eles não tinham um sistema sólido com alguns bancos públicos importantes." Lula esteve reunido com os presidentes e primeiros-ministros dos países desenvolvidos na semana passada, no encontro do G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), na Itália.