Economia

General Motors ampliará produção no Rio Grande do Sul com o lançamento de mais uma linha de veículos

Expectativa é de que investimento crie 8 mil empregos

postado em 16/07/2009 08:00

A General Motors foi uma das empresas mais atingidas pela crise internacional em todo o mundo. Para se manter no mercado, contou com a ajuda do governo norte-americano e foi obrigada a reduzir seu tamanho, desfazendo-se de algumas de suas marcas. Isso, entretanto, não a impediu que aproveitasse uma oportunidade no Brasil.

O presidente da General Motors (GM) do Brasil, Jaime Ardila, anunciou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a empresa vai investir R$ 2 bilhões na ampliação da capacidade de produção e no lançamento de uma nova família de veículos a serem produzidos na fábrica de Gravataí (RS).

Chamada de projeto Onix, ela prevê a produção de veículos de pequeno porte, cuja faixa de preço estará acima da do Celta. Com o investimento, a fábrica de Gravataí passará a ter a maior capacidade de produção entre as unidades da GM no Brasil e no Mercosul, ultrapassando a de São Caetano do Sul (300 mil unidades por ano) e a de São José dos Campos (320 mil). A fábrica gaúcha, que atualmente produz 230 mil unidades por ano, passará, a partir de 2012, a fabricar 380 mil veículos anualmente, já com os dois primeiros modelos do projeto Onix, um aumento de 65% na sua capacidade de produção.

Segundo Ardila, do total dos investimentos, cerca de 50% deverão ser bancados com recursos da GM no Brasil e a outra metade por bancos estatais. ;Já temos, pelo menos, dois bancos interessados em financiar esses 50%: o Banrisul e o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul);, disse o executivo da GM.

Vagas
A previsão da GM é de que os investimentos criem mil empregos diretos e 7 mil indiretos. ;Os dois primeiros modelos serão destinados ao mercado interno, às exportações na região do Mercosul e também há perspectiva de venda para outros mercados, como o da África do Sul;, disse Ardila, afirmando que, na reunião, Lula ressaltou a importância do mercado africano para a venda de produtos brasileiros.

O presidente da GM acredita que o mercado doméstico brasileiro deverá crescer a um ritmo de 5% ao ano nos próximos anos. Ele também afirmou que, com os investimentos, a unidade brasileira da GM não deverá fazer novas remessas para a matriz num futuro próximo. Ele lembrou que o processo de reestruturação da companhia nos Estados Unidos já foi completado, mas ressaltou que a filial brasileira ;não foi impactada por essa reestruturação;.

A ampliação da capacidade em Gravataí receberá incentivos fiscais. Segundo o vice-presidente da GM no Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, atualmente 100% da produção de Gravataí tem a prerrogativa de prorrogar em 10 anos o pagamento do ICMS. Para a ampliação, a prorrogação valerá para 75% das vendas, ou seja, para 25% do que for vendido da nova linha, o recolhimento será imediato.

; Exportação de mangas

Fruticultores do norte de Minas Gerais encontraram, em meio à crise, uma oportunidade de reduzir seus custos com exportação. Eles trocaram o aeroporto de São Paulo pelo terminal de logística do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande Belo Horizonte, no embarque de 13,8 toneladas de manga palmer para Portugal (foto). A fruta inaugura uma fase das exportações dos fruticultores de Jaíba, área de agricultura irrigada no norte de Minas Gerais, onde até o mês passado eram obrigados a escoar a produção pelos aeroportos de São Paulo, com gastos pesados de frete rodoviário até os terminais. O embarque direto vai permitir ganhos na operação, além de economizar no transporte. O tempo menor de viagem evita danos à qualidade da fruta e os produtores ganham, também, maior poder de competição para alcançar o mercado europeu. (Paulo Paiva e Marta Vieira)



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