A quantidade de demitidos na indústria no primeiro semestre superou a de contratados pela primeira vez em 10 anos, desde que o Ministério do Trabalho começou a fazer o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O saldo ficou negativo em 144 mil postos. O primeiro resultado negativo da indústria na série histórica do Caged aparenta não preocupar o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que mantém a estimativa de mais de 1 milhão de empregos gerados para 2009. Segundo ele, o setor industrial terá uma recuperação expressiva até o fim do ano. ;Vai haver uma virada no segundo semestre, a indústria vai surpreender;, afirma. O otimismo do ministro é baseado nos indicadores da economia que apontam para uma recuperação, como a retomada do crédito e da melhora da confiança do consumidor. Na comparação de junho frente a maio, houve um incremento de 0,03% no emprego industrial, o equivalente a 2 mil ocupações. A terceira alta consecutiva do ano. ;É um crescimento menor, mas é constante e ascendente;, avalia Lupi. A baixa industrial foi puxada pelos segmentos de metalurgia, mecânica e material de transportes, que juntos somam as maiores quedas. No mês, foram responsáveis por um saldo negativo de 8,2 mil postos. Em contraponto, seis dos 12 ramos que compõem o setor apresentaram desempenho positivo. Os segmentos de produtos alimentícios (6 mil novos postos), químicos (3,3 mil) e têxteis (2,5 mil) foram os destaques com os melhores saldos. Mesmo com a maior parte dos dados de emprego em ritmo de recuperação, o saldo de ocupações do primeiro semestre ficou 78% menor comparado com igual período de 2008. Apesar do resultado industrial ruim, a queda do emprego no setor começa a desacelerar. Quando avaliados todos os segmentos, o saldo ficou positivo em 300 mil ocupações. Desses, 119 mil foram gerados somente em junho.