Economia

Lula incentiva expansão do Banco do Brasil

postado em 20/07/2009 17:38

Em encontro nesta segunda-feira (20/7) com os superintendentes regionais e estaduais do Banco do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou a expansão do banco para países da América Latina, África e China -- importantes focos para a balança comercial brasileira. O encontro, parte da agenda do presidente, ocorreu no Centro Cultural Banco do Brasil, de onde o presidente despacha desde março, devido às reformas que estão sendo feitas no Palácio do Planalto.

De acordo com participantes do evento, o presidente estimulou, ainda, o aumento de crédito. Hoje, o Banco do Brasil está em 23 paises com 44 pontos de atendimento, dos quais seis são escritórios localizados em Washington, Luanda, China e três na América Latina. Segundo o vice-presidente de atacado e negócios internacionais da instituição, Allan Simões, a intenção é transformar os três escritórios da América Latina (localizados no Uruguai, México e Venezuela) em agências. O custo de cada mudança, de acordo com Simões, é de R$1 milhão.

Crise econômica
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o papel dos bancos públicos para a diminuição dos impactos da crise econômica no Brasil. ;Uma das razões pelas quais a crise foi mais profunda (nos países ricos) é porque eles não tinham sequer bancos que tivessem a responsabilidade pelo crédito como tinham o Brasil, com o Banco do Brasil, com a Caixa Econômica Federal e com o BNDES. E isso fez a diferença;, afirmou o presidente diante de superintendes regionais e estaduais na sede provisória da presidência.

Lula lembrou a diferença entre a importância que é dada atualmente ao Banco do Brasil e as críticas feitas à instituição nas décadas de 80 e 90. Segundo o presidente, naquela época, a sociedade brasileira ressaltava a ;inviabilidade do Banco do Brasil; e criticava os altos salários de seus funcionários. ;Aquilo que as pessoas acham que é um alto salário numa empresa pública como o Banco do Brasil é o piso em muita empresa privada menor do que o Banco do Brasil;, comparou o presidente.

Lula afirmou ainda que percebe a diferença entre países que possuem bancos públicos fortes e aqueles que não dispõem de tal estrutura, uma vez que acreditaram na ;teoria de 1990; de que o mercado resolveria todos os problemas. ;É nesse momento que a gente sente o acerto;, disse o presidente. Em sua fala, Lula cita o desfecho do Banco do Estado de São Paulo S.A., o Banespa, ;vendido a troco de nada; referindo-se a uma época em que a culpa da falência dos bancos públicos era jogada para o Estado e não para os gerentes dos bancos que, segundo o presidente, ;utilizavam esse banco pra fazer quem sabe os caixas 2 da vida em época de campanha eleitoral;.

Ainda durante o evento, o presidente arrancou risadas da platéia ao afirmar que tinha pena de Barack Obama, pelo fato de o presidente dos Estados Unidos não ter um banco tão forte como Banco do Brasil. ;Se agente lembrar que se o Banco do Brasil dos Estados Unidos tivessem colocado U$50 bilhões no Lethman Brothers eles não teriam quebrado, nós não teríamos a crise de crédito que tivemos no mundo;, disse Lula. A falência do quarto maior banco americano, em setembro do ano passado, foi o sinal para o início da crise.

Na manhã de hoje, Lula falou sobre a situação econômica brasileira em seu programa semanal de rádio "Café com presidente". Ele afirmou que o governo trabalha para que o país volte ao ritmo de crescimento que tinha antes da crise mundial e para que se transforme em "uma das economias mais importantes do mundo". Lula reafirmou que a previsão da equipe econômica do governo é que o Brasil entre 2010 em "situação altamente confortável, produzindo bem, recuperando a capacidade produtiva das nossas empresas".

Banespa
Em novembro de 2000, o espanhol Santander arrematou o Banespa por R$7,05 bilhões ; o preço mínimo do Banco de São Paulo era de R$1,85 bilhões. As outras duas instituições que fizeram ofertas para a compra do banco foram o Unibanco (R$2,1 bilhões) e Bradesco (R$1,86 bilhão).

A maior parte do endividamento do Banespa aconteceu entre o final dos anos 80 e início dos anos 90. O Banco Central interveio no Banespa em 1994, quando colocou o banco no Raet (Regime de Administração Especial Temporária).

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